Com um quadro extremamente complicado e recheado de escândalos, o quadro politico em Rondônia e os grupos que controlam seus meandros vão se tornando cada vez mais visíveis no aproximar das eleições. Vulneráveis à grupos ou bases eleitorais, os detentores de cargos públicos evitam entrar em confronto e costumam fazer tudo de acordo com o desejo de quem lhe sustenta.
Um exemplo pode ser dado com duas ações distintas tomadas pelo governador do estado, Daniel Pereira (PSB), que acabou desprivilegiando milhares de cidadãos, que há vários anos vem lutando para ter seus direitos de cidadão reconhecidos pela Justiça, trata-se do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB e a militância LGBTT, dentro do estado.
O fato é que Pereira, ainda na cadeira de vice-governador, foi um dos principais articuladores do Projeto de Lei que permitiu ao Consórcio Santo Antônio elevar a cota do reservatório, impactando ambientalmente e socialmente uma área ainda em estudo dentro do município de Porto Velho.
Mesmo com a proposta tendo sua rejeição recomendada pelo Ministério Público Federal – MPF, Daniel Pereira chegou a promover reuniões entre deputados estaduais e diretores do Consórcio para entrelaçarem os acordos que garantiriam a aprovação da proposta pela maioria dos legisladores do estado, o que de fato ocorreu sem muitos problemas, já que os os municípios e a capital receberiam em torno de R$ 70 milhões em compensações.
Pois bem, ao que tudo indicou, para Pereira, mesmo em meio à um cenário de caos, o aumento do reservatório se tratava de uma medida necessária. Pouco tempo depois, vazou na mídia que o Consórcio Santo Antônio poderia decretar falência em decorrência de dividas na Justiça.
Ao assumir em definitivo a cadeira de governador, Daniel Pereira, teve em suas mãos a oportunidade de sancionar a Lei encaminhada pelo Legislativo que garantiria a criação do Conselho Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos para a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros – LGBTTT, porém, após quase vetar, deixou retornar ao Legislativo.
Pressionados pelas igrejas evangélicas e seus espólios eleitorais, os deputados anularam e enterraram a proposta, deixando de lado os anos de luta de um grupo de cidadãos que apenas buscavam representatividade dentro das ações políticas do estado, já que são públicas e em tese deveriam ser de acesso à todo brasileiro.
Resumindo, para o governador de Rondônia, Daniel Pereira, aumentar lago indo contra o MPF sim, criação de conselho para incluir um grupo dentro das decisões públicas não! Para muitas pessoas dentro do próprio partido de Daniel e eleitores, esse posicionamento foi considerado como uma grande decepção, já que espera-se do governador um postura em defesa dos direitos do povo e não de grupos de poder.
Fonte: JH Notícias