A crise interna que vinha se arrastando no MDB de Rondônia culminou, nesta semana, com a renúncia do deputado federal Lúcio Mosquini à presidência estadual da legenda. O movimento abre espaço para que o senador Confúcio Moura, atual vice-presidente, assuma o comando do partido sem a necessidade de nova eleição interna.
A saída de Mosquini ocorre após divergências ideológicas com a direção nacional do MDB, que integra a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonarista convicto, Mosquini não escondeu sua insatisfação com os rumos do partido e a aliança nacional com o Planalto petista, o que gerou atritos com lideranças locais e dificultou a consolidação de projetos políticos estratégicos do MDB em Rondônia.
Entre os entraves criados por Mosquini, estavam os obstáculos à construção de uma possível candidatura majoritária de Confúcio Moura ao Palácio Rio Madeira ou ao Senado, além da formação de uma nominata competitiva para deputados federais e estaduais nas eleições de 2026.
Com a mudança no comando, o partido busca reafirmar sua identidade histórica, alinhada aos princípios democráticos defendidos por líderes como Ulysses Guimarães, e retomar sua capacidade de articulação para o próximo pleito. O gesto também sinaliza uma reaproximação com a base nacional do MDB e uma tentativa de reconstrução interna.
Fora da presidência, Mosquini deverá seguir no partido até a janela partidária de março de 2026, quando poderá migrar para uma nova sigla — os nomes mais cotados são o PL ou o Republicanos, ambos da base de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A mudança no comando do MDB estadual representa um rearranjo de forças políticas em Rondônia, com reflexos diretos nas estratégias eleitorais de 2026 e na configuração das alianças partidárias locais.