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Crítica aberta: Bagattoli e seu incômodo com a política

Confira as notícias do dia, por Cícero Moura.

Por

CICERO MOURA

Foto: Reprodução / Redes Sociais
Foto: Reprodução / Redes Sociais

INCÔMODO
Ser figura pública — e, especialmente, político — não é tarefa para quem deseja tranquilidade sem adversidade. 

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INCÔMODO 2
Jaime Bagattoli, senador por Rondônia (PL), parece, no entanto, demonstrar um desconforto recorrente diante das críticas. 

Foto: Reprodução / Redes Sociais

PREPARO
E isso levanta um ponto central: quem ocupa cargo público deve estar preparado para responder ao coletivo, e não considerar a oposição como ofensa pessoal.

ATITUDES
Bagattoli tem recorrido a discursos inflamados contra várias instituições: STF, OAB, Ministério Público, casas legislativas.  

LACRAÇÃO
Ele acusa o Supremo, por exemplo, de invalidar deliberações do Congresso, afirmando que “o que for votado aqui […] vai ser nulo”. 

LEGITIMIDADE
É legítimo que um senador questione decisões judiciais ou a separação dos poderes, mas é problemático quando essa contestação vira justificativa para intolerância com os limites institucionais ou para rejeitar a crítica. 

ENTENDIMENTO
Afinal, discordar faz parte da política — não é sinal de fraqueza, mas de participação cidadã.

RELAÇÃO COM CRÍTICAS
A tensão entre Bagattoli e a Câmara de Vereadores de Vilhena é emblemática. Segundo relatos, ele se envolveu em um “barraco” com vereadores quando cobrado sobre a falta de peritos no INSS local. 

NA POLÍCIA
Um assessor registrou boletim de ocorrência, apontando que o senador teria pressionado verbalmente para retratação. 

DESEQUILÍBRIO
Essa reação revela uma dificuldade em lidar com cobranças concretas — não apenas em Brasília, mas nas bases que ele alega representar.

DESEQUILÍBRIO 2
Se a política fosse só discurso retórico, talvez Bagattoli sentisse menos o impacto das cobranças. 

DESEQUILÍBRIO 3
Mas quando a população ou seus representantes locais cobram resultados, a evasão ou a agressividade emergem. Isso demonstra uma visão problematizável: a política não é só palco para bradar — é terreno de prestação de contas.

CONDUTA
Há também críticas mais profundas sobre a sua atuação econômica. Uma investigação jornalística apontou que ele e seu grupo empresarial têm ligações com fornecedores acusados de desmatamento ilegal. 

JUSTIÇA
Quando essas denúncias vieram à tona, houve reação legal para silenciar parte da imprensa local via decisão judicial. 

CRISTALINO
Se há forte incômodo com apurações sérias, a posição de vítima pode ser tentadora — mas não credível se a argumentação não for acompanhada de transparência.

REDUÇÃO DE ÁREA
Além disso, Bagattoli tem promovido propostas legislativas polêmicas: por exemplo, um projeto para reduzir exigência de reserva legal em propriedades rurais na Amazônia. 

QUESTIONAMENTO
De novo: não é só uma discordância política — é uma crítica concreta à forma como ele exerce poder, tanto no Senado quanto no seu setor privado.

RETÓRICA DO REI
Em discursos recentes, Bagattoli referiu-se ao ministro Alexandre de Moraes como “rei”, dizendo que este estaria acima até de Deus, em tom de acusação de absolutismo judicial. 

SEM EFEITO
Também afirmou que, com a postura do STF, o Senado “perdeu sentido” — sugerindo que suas iniciativas legislativas são constantemente anuladas.  

COMPROMETER A LEGITIMIDADE
É compreensível que haja frustração com decisões judiciais, mas a retórica que pinta instituições como tirânicas pode reforçar a narrativa de vítima e minar a legitimidade dos poderes democráticos.

É DO JOGO
Não há como negar: críticas fazem parte do jogo da política. A própria essência do mandato é servir ao público, responder por ele, ser avaliado. 

SEM PREPARO ?
Se Bagattoli se sente incomodado com cobranças, há algo de errado na sua preparação para o cargo ou na visão que tem de representatividade. 

TERRENO DA DISPUTA
A política não é um clube de elogios nem um refúgio para evitar pressões — é arena.

EVOLUÇÃO
Se ele acredita na sua causa, no seu projeto e no seu papel, deve aceitar a crítica como combustível, não como ameaça. 

FALTA ARGUMENTO
Qualquer líder que se sente atacado sempre que é questionado está perdendo uma grande oportunidade de fortalecer sua legitimidade ao dialogar, responder, mostrar transparência.

AMEAÇA
O incômodo de Bagattoli com críticas pode sinalizar uma inclinação perigosa: usar poder político ou judicial para frear investigações, intimidar adversários ou deslegitimar institutos de controle e fiscalização. 

PROCESSO
Já houve ação para retirada de reportagem sobre ligações com desmatamento. 

PRINCÍPIOS
Se quando se cobra de fato uma explicação ele responde com pressão ou retaliação, isso fere os princípios democráticos básicos de responsabilização.

OPINIÃO
Em suma, Jaime Bagattoli precisa entender que, ao abraçar um cargo público, ele não só recebe prestígio, mas também responsabilidade — especialmente para ouvir, responder e até mudar em face de críticas legítimas. 

OPINIÃO 2
A política democrática exige tolerância, transparência e humildade. Se ele não está disposto a conviver com cobrança, talvez precise repensar sua vocação.

OPINIÃO 3
Ou assume o ônus público completamente, ou, se preferir o palco sem pressão, que procure outra esfera. 

OPINIÃO 4
Mas que não confunda crítica com perseguição: no debate político saudável, quem se esconde da pedra não deveria estar no predinho.

FRASE
Político que não aceita crítica deveria trocar o mandato por um espelho: só ouviria elogios.

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