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Da onde vem os invisíveis que quase “atropelamos” todos os dias pela cidade

Confira as notas do dia, por Cícero Moura
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EM VÁRIOS LUGARES

Eu tenho uma rotina semanal que, provavelmente, é parecida com a de muitos leitores que me acompanham na coluna. Vou  ao supermercado quase todos os dias comprar pão, semanalmente na casa lotérica, mensalmente na farmácia e a cada 15 dias no posto de combustível.

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VARIAÇÃO

Exceto no posto de combustíveis e casa lotérica, nos demais lugares eu costumo variar. Faço essas coisas de “dono de casa”, tipo pesquisar preços mais em conta e até mesmo avaliar onde é possível encontrar as melhores ofertas.

PRESENÇA

Em todos os locais citados é possível encontrar alguém “de plantão” pedindo dinheiro, remédio ou gêneros alimentícios. O curioso é que raramente são pessoas diferentes, no mais são sempre os mesmos.

MENDICÂNCIA

Em Porto Velho, os “mendigos tradicionais” já são conhecidos e vistos sempre nos mesmos lugares. Gente que pede dinheiro para comer ou beber cachaça.

EMPRESA

A “pedilança”  é uma indústria sólida que não corre risco nenhum de falir, se formos levar em conta o grau de cultura, conhecimento e vontade dos políticos em fazer uma sociedade mais justa e digna.

“MAIS UM”

Augusto é morador de rua e “acha” que tem 35 anos, mas a aparência surrada  lhe garante mais de 50 com muita tranquilidade. Dois meses atrás me chamou atenção encontrá-lo lendo um livro, sentado no chão, em frente a uma casa lotérica.

HOMEM LENDO

CURIOSIDADE

Passei a observar o comportamento dele. Usa metade de uma garrafa plástica para guardar moedas que os clientes da lotérica lhe dão. Não costuma pedir esmola e só conversa com quem vem lhe perguntar algo, como foi meu caso.

COMIDA

Ao ver o interesse dele pela leitura, puxei conversa com Augusto e descobri um pouco da vida dele. Me garantiu que não passa fome. Na padaria Norte Pão, localizada na avenida Calama, ele ganha café e pão diariamente e no restaurante do Marko, em frente a padaria, a refeição.

ORIGEM

Augusto conta que mora há 10 anos em Porto Velho. Trabalhava na roça em Cujubim e foi convidado por um tio para trabalhar e morar na capital. Um ano depois o tio morreu, ele ficou sem trabalho e buscou o caminho ilícito para sobreviver.

CRIMINALIDADE

Não demorou muito para se envolver em um assalto junto com dois menores de idade. Foi preso e condenado a 5 anos de prisão. Quando saiu da cadeia encontrou a casa do tio ocupada e a rua passou a ser sua moradia.

ERRO

Reconhece que errou ao tentar roubar para se manter e fica aborrecido quando fala que os dois menores que teriam planejado o assalto e seriam os donos da arma usada no crime, não ficaram nenhum dia presos.

SEM CHANCE

Augusto diz que não tem documentos e que nem procura emprego fixo. “ Meu senhor, ninguém dá trabalho pra quem já teve na cadeia, então enquanto der pra viver desse jeito…”explica conformado com a vida que leva.

LENDO

LIVROS

E porque você fica aí sentado lendo um livro que nem sabe exatamente do que se trata? Pergunto curioso. “A gente tem que ocupar a cabeça com alguma coisa”, afirma ele encerrando a conversa.

OUTROS

Vou embora do local com a certeza de que Augusto, embora invisível para a maioria das pessoas, é  mais um, em meio a dezenas de sem teto ou indigentes que encontramos todos os dias espalhados por aí.

ALDEIA

A Energisa está em fase final de implementação de um sistema de energia solar para uma aldeia indígena na região de Guajará-Mirim. Em duas semanas, a comunidade já poderá desfrutar de energia elétrica.

LOCALIDADE

A aldeia beneficiada é a Santo André, localizada na Terra Indígena Pacaás Novos. São quase 80 famílias da aldeia, situada no coração da Floresta Amazônica.

ALDEIA

ESTRUTURA

No local, a Energisa está implantando o  Microssistema Isolado de Geração e Distribuição (MIGDI). Esses sistemas além de atender várias unidades consumidoras, também estão ligados a uma rede própria de distribuição, marcando um avanço na maneira como a energia é fornecida em áreas remotas.

PLACAS SOLARES

FEDERAL

O projeto integra o Programa Luz para Todos (LPT), uma iniciativa do Governo Federal coordenada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com o objetivo de expandir o acesso à energia elétrica em regiões remotas da Amazônia Legal.

TEM MAIS

Além da Aldeia Santo André, mais de 500 famílias já foram atendidas em Terras Indígenas pelo programa com energia solar, sendo que para 2024, a previsão é de mais 200 instalações. O presidente da Energisa em Rondônia, André Theobald, destaca a inovação na Aldeia Santo André.

PLACA SOLAR

QUALIDADE

Theobald enfatiza que a iniciativa “ não apenas melhora a qualidade de vida dos habitantes da aldeia mas também representa um passo importante na integração de tecnologias sustentáveis em comunidades tradicionais”.

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