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Eleitorado de Rondônia pede divórcio do senador Marcos Rogério

Os paulistanos costumam brincar ao fazer analogia fria de sua avenida mais conhecida com o matrimônio: levando em conta as estações do metrô, ela, tal qual casamento, começa no Paraíso e termina na Consolação. Publicidade Mas, diferentemente da Av. Paulista, não há consolação para os eleitores do senador de Rondônia Marcos Rogério (DEM). Eles exigem ... Leia mais

Os paulistanos costumam brincar ao fazer analogia fria de sua avenida mais conhecida com o matrimônio: levando em conta as estações do metrô, ela, tal qual casamento, começa no Paraíso e termina na Consolação.

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Mas, diferentemente da Av. Paulista, não há consolação para os eleitores do senador de Rondônia Marcos Rogério (DEM).

Eles exigem o divórcio do congressista eleito em 2018 sob a égide do discurso conservador entoado pelos maiores expoentes do Partido Social Liberal, o PSL do presidente da República Jair Bolsonaro e outros ascendentes do mesmo espectro ideológico.

A gota d’água aconteceu no decorrer desta semana quando o demista aceitou ser uma espécie de leão-de-chácara institucional do presidente do Senador Davi Alcolumbre, correligionário levado à Câmara Alta pelo povo do Amapá.

Tornou-se, a partir daí, um entre três principais desarticuladores dos vetos impostos por Bolsonaro à Lei de Abuso de Autoridade.

Batendo no peito comprando a postura dissonante em relação às exigências de quem o elegeu, Marcos Rogério tenta, a todo custo, soar como agente público independente, corajoso, livre de amarras.

Não é.


Para Marcos Rogério, seus eleitores sofrem de “cegueira política” / Imagem: Reprodução-Facebook

Ao rechaçar a base que o levou a Brasília na condição de senador da República, há, diante dele, um caminho bifurcado, e ambos o levam à condição de subalterno legislativo.

O primeiro deles já foi mencionado, quando, sem hesitar, aceitou o papel de subserviência proativa ao simples estalar de dedos de Alcolumbre; o outro, pior ainda, diz respeito ao cenário exposto pela versão online do Estadão em notas reproduzidas pelo site O Antagonista, onde o presidente da República teria promovido vetos à Lei de Abuso de Autoridade apenas para acalentar a sanha dos seguidores.

Levando em conta o segundo cenário, Marcos Rogério aceitou a condição de mártir para proteger a imagem do presidente enquanto absorve sozinho – ante ao eleitorado rondoniense, pelo menos – a má repercussão do atropelamento dos vetos desencadeado pelo caminhão desgovernado chamado Congresso Nacional.

Antes disso, foi abalroado de maneira quase generalizada pela crítica regional, e aí ressaltam-se posicionamentos tanto da imprensa quanto da sociedade civil organizada, ao apresentar o voto mais contundente contra a exigência popular relacionada à instalação da CPI da Lava Toga, quando a matéria fora analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no Senado Federal.

A gravidade é implacável em relação a políticos que tentam se equilibrar no muro da incoerência: se abrir os olhos, Marcos Rogério sofrerá com a vertigem ao perceber o flerte com esse inescrupuloso abismo sem fundo do esquecimento público, do enterro promovido pela pá coletiva cuja a assentada final de cal será desencadeada por ele próprio.

“Eu, eleitor rondoniense, recebo a ti, Marcos Rogério, como minha legítima esposa.

Prometo ser fiel,

Amar-te e respeitar-te,

Na alegria e na tristeza,

Na saúde e na doença,

Na riqueza e na pobreza,

Por todos os dias de nossas vidas,

Até que a INCOERÊNCIA nos separe”.

E separou.


Comentários foram feitos na postagem pública do senador em sua página oficial no Facebook / Reprodução 

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