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EXEMPLO DEMOCRATA – Em sessão polêmica, Amir Lando garantiu direito de Bolsonaro falar no Congresso

Amir presidiu a sessão que rememorou os 50 anos do golpe militar

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Marcada pela polarização de ideologias e demonstrações de intolerância, a recente história política do Brasil que elevou o nome de Jair Bolsonaro à condição de presidente da República passa por uma sessão plenária presidida pelo então deputado federal Amir Lando realizada em março de 2014.

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Promovida pelo bloco de esquerda dentro da Câmara Federal, a sessão solene em razão dos 50 anos da ditadura militar no dia 31 de março de 2014 foi cenário de vergonhosas cenas de intolerância política praticada por muitos representantes públicos que atualmente se colocam na posição de defensores da democracia.

Semanas antes da sessão ser realizada, lideranças do PT, PSOL e PC do B, tentaram impedir que o então deputado federal Jair Bolsonaro subisse à tribuna da Câmara Federal após ele protocolar um pedido para homenagear os militares responsáveis pelo chamado “golpe”.

No dia da sessão a confusão estava armada, deputados levaram cartazes em protestos de ambos os lados, gritos e discursões pesadas entre eles foram registradas. Respeitado pelo seu poder de mediação e um dos poucos nomes capazes de amenizar tamanha tensão, Amir Lando foi convocado pelo então presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (MDB/RN), para presidir a sessão.

No momento em que Bolsonaro subiu à tribuna um grupo de deputados começou a ofende-lo, outro decidiu ficar de costas, foi o momento em que Amir Lando decidiu interferir e pedir respeito à Bolsonaro enquanto ele estivesse na tribuna.

Amir Lando presidiu uma das sessões mais polêmicas do Congresso Nacional 

“O nobre orador (Jair Bolsonaro) está fazendo um apelo para falar mesmo com esta condição de desrespeito à Mesa. Ou a ordem, ou a desordem! Ou a democracia, ou então esse discurso de que é do jeito que se quer, que é a ditadura. Eu não aceito. Aqui, estou sendo democrático. (Palmas.) O entendimento feito entre as partes era o de que cada um falaria. Todos foram ouvidos e todos tiveram a oportunidade de se manifestar”, disse Amir Lando.

A fala de Bolsonaro garantida por Amir Lando foi vista como respeito à democracia e acabou sendo aplaudida pela parte moderada da Câmara Federal, uma vez que Amir Lando mesmo tendo sido perseguido pela ditatura, em nome da democracia, garantiu uma fala contrária ao seu pensamento.

“Eu sou um democrata! Eu sou um democrata e tenho conhecimento de que a democracia é conflito – assim me ensinou o filósofo Heráclito. Eu defendi a democracia nas ruas, enfrentei a ditadura, fui para a Amazônia e lá, inclusive, fui demitido do serviço público por pressão da ditadura. Eu, mais do que ninguém, presenciei todos esses fatos. Tenho 70 anos, vivi todo esse período. E ninguém vai me dar lição de democracia, porque eu tenho convicções.
A democracia é muito mais do que protesto. A democracia é, sobretudo, o que eu disse: diálogo. As partes têm que ouvir umas às outras. Se não quiserem ouvir, que se retirem. (Palmas) ”, afirmou Amir Lando.

Na época a influência e respeito que Amir Lando exercia na Casa era tamanha que mesmo sendo deputado federal era chamado por todos pelo nome de “Senador”. Amir, conseguiu fazer com que Bolsonaro fosse ouvido e respeitado, em determinação ao regimento da Casa retirou os cartazes, proibiu as demonstrações de desrespeito e deu andamento à uma das sessões mais polemicas da história do Congresso Nacional.

Quatro anos depois Jair Bolsonaro seria eleito presidente do Brasil e se tornaria o fenômeno popular que atualmente representa no sistema político nacional.

 

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