O presidente da Associação em Defesa dos Direitos e Garantias do Povo de Rondônia, Dr.Jesuino Boabaid lançou um desafio público aos responsáveis pela Usina de Santo Antônio, e pediu ao Ministério Público Federal (MPF), uma fiscalização rigorosa sobre o controle das águas na usina, em meio à pior seca já registrada no Rio Madeira.
A crise hídrica tem causado impactos severos à navegação, com embarcações encalhadas e níveis d’água atingindo recordes históricos de baixa. No último sábado, às 12h30, o rio chegou a 41 centímetros, o menor nível registrado desde o início do monitoramento em 1967.
Jesuíno afirma que a atual crise tem “nome e responsável” e pede a atuação mais incisiva dos parlamentares, em todas as esferas, para responder à sua denúncia. Ele sugere que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deveria ser aberta para investigar as causas e consequências da crise hídrica que afeta diretamente o Rio Madeira, afluente essencial do rio Amazonas.
Desde julho deste ano, o nível do Rio Madeira vem caindo de forma constante, e no dia 5 de setembro, a marca d’água ficou abaixo de 1 metro pela primeira vez na história. Menos de dez dias depois, o nível caiu outros 55 centímetros, evidenciando a gravidade da situação.
Além da escassez de água, os rondonienses enfrentam outra crise: a fumaça das queimadas que agrava ainda mais a situação ambiental e a saúde pública. Boabaid questiona a efetividade das ações de fiscalização e multas aplicadas tanto em nível estadual quanto municipal. “Muitos empresários e gente importante possuem grandes áreas de terra, e acredito que esteja sendo feita vista grossa para os incêndios nessas propriedades”, declarou, criticando a falta de medidas para combater os incêndios.
Jesuíno também acusa a Usina de Santo Antônio de represar as águas, agravando a crise hídrica. Ele sugere que as comportas da usina sejam abertas para elevar o nível do Rio Madeira, melhorando a navegação e evitando o aumento dos custos de transporte, especialmente no que diz respeito ao preço dos combustíveis, que afetam diretamente as comunidades ribeirinhas.
Por fim, Jesuíno desafiou os responsáveis pela usina a provarem que sua acusação é falsa e pediu uma fiscalização imediata das operações no Rio Madeira. “O Ministério Público deveria estar acompanhando a situação para salvar a natureza e, consequentemente, a vida das pessoas e animais”, concluiu.
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