Escutas telefônicas, fotografias, delações e relatórios de investigações in-locu, foram componentes do vasto cabedal de argumentos apontados pela força tarefa da operação Lava Jato, que levou à condenação do ex-presidente Lula há nove anos de cadeia pelo juiz Sérgio Moro, e posteriormente há 12 anos e 1 mês pelo TRF 4, após apelação de sua defesa.
O principal do documento da defesa jurídica de Lula é de que não houve prova concreta de que ele é o dono do apartamento triplex supostamente pago à título de propina ao ex-presidente. Mas, no entendimento do juiz Sérgio Moro e dos magistrados do TRF 4, mesmo não havendo um contrato assinado, os relatórios e materiais de investigação coletados pelos agentes da Polícia Federal se tornou mais do que o suficiente para a condenação do líder do Partido dos Trabalhadores.
A situação é semelhante á do senador pelo estado de Rondônia, Valdir Raupp (PMDB), nos relatórios da Polícia Federal encaminhados à Justiça, ficou constatado que Raupp recebia dinheiro de propina de empreiteiras em forma de doação de campanha, ou seja, utilizava-se do caixa 1 para maquiar possíveis ações criminosas.
De acordo com a Polícia Federal, apenas para manter o apoio político que garantia Paulo Roberto Costa como diretor da Petrobras rendeu para Raupp uma doação de R$ 500 mil reais feita pela empreiteira Queiroz Galvão a Raupp em sua campanha ao Senado em 2010. Segundo a força tarefa da operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa, articulou um dos maiores esquemas de corrupção do mundo o “Petrolão”, ele passou cinco meses preso e saiu sob guarda após delação premiada, apontando autoridades, entre eles, o próprio Raupp.
Como em Curitiba o juiz Sérgio Moro já entendeu anteriormente a tese do caixa 1 como mecanismo de lavagem de dinheiro sujo de políticos corruptos, o próximo grande medalhão da política nacional a ser condenado pode ser Valdir Raupp, isso se os ministros do Supremo mostrarem alinhamento com os juízes da operação Lava Jato.
Porém, mesmo se o supremo postegar o julgamento de Raupp ele ainda corre um grande risco de cair nas mãos dos juízes da Lava Jato, isso porque seu mandato termina no final desse ano e apenas a reeleição ao Congresso em 2018, tiraria Valdir Raupp das mãos desses juízes em 2019.
Assim como no caso de Lula, a condenação de Valdir Raupp será considerada uma enorme vitória e reconhecimento das equipes federais que passaram grande parte dos últimos anos empenhados em descobrir o cavernoso esquema de corrupção montado dentro do Congresso e que vem dilapidando o patrimônio brasileiro.
Fonte: JH Notícias