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OPINIÃO E POLÍTICA – Arquivado na justiça, há 27 anos rondonieses se perguntam: Quem matou Olavo Pires? – Por João Paulo Prudêncio

João Paulo Prudêncio é jornalista, profissional da área de jornalismo eletrônico há dez anos, autor de matérias de grande repercussão e vencedor do Grande Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do estado de Rondônia em 2014.

Na história

Nesta quinta-feira, 16 de outubro de 2017, completa 27 anos de um dos fatos mais marcante da história política do estado de Rondônia, um jovem e popular senador, eleito ao segundo turno na corrida ao governo, foi calculadamente executado à tiros de uma submetralhadora 9 milímetros em frente à sua retifica de motores, na avenida Jorge Teixeira, ao lado da TV Rondônia, em Porto Velho.

Impactante

A vítima foi o senador Olavo Pires, comerciante em Porto Velho, vinha em uma ascensão política impressionante, atuante no senado candidatou-se ao lado de Osvaldo Piana ao governo de Rondônia no ano de 1990. Após o fim do primeiro turno, Olavo mostrava musculatura política, e tudo indicava que ele iria subir à cadeira de chefe do Palácio Getúlio Vargas.

Medo

A morte de Olavo mas pareceu um jogo de cartas marcadas, meses antes de morrer, ele havia solicitado ao Ministério da Justiça e à mesa diretora do Senado que fosse concedido proteção à sua vida, uma vez que tinha conhecimento de que estava na mira de um grupo criminoso que já estava seguindo seus passos. Porém, ambas as instancias federais negaram o pedido do congressista.

Pavor

A pavorosa execução de Olavo Pires chocou a sociedade rondoniense, o clima de velho oeste e lei da bala se espalhou pela cidade, rapidamente o rumo da eleição foi totalmente alterado, Piana, vice de Olavo, acabou sagrando-se governador de Rondônia em uma briga com o atual senador Valdir Raupp (PMDB). Porém, uma duvida ficava na cabeça dos rondonienses: Quem matou Olavo Pires?

Em Brasília

É claro que a execução de um senador da república não passaria desapercebido pela mídia nacional, que passou a exigir apuração dos fatos, levando os deputados federais da legislatura 90/94 à instaurarem uma comissão de inquérito que ficou conhecida como a CPI da pistolagem. Uma CPI que não levou à nada e se arrastou até o último de mandato dos deputados integrantes da comissão, porém alguns pontos na apuração da morte de Olavo foram apresentadas à sociedade.

Na investigação

Três nomes foram apontados pelos deputados como os principais suspeitos de terem sido os mandantes da execução, o então governador Osvaldo Piana, o engenheiro agrônomo Assis Canuto, nomeado à vice na chapa de Piana após a morte de Olavo, e o empresário Assis Gurgacz, pai do senador Acir Gurgacz (PDT). De acordo com a CPI, os apontados tentaram envolver o nome de Pires com o tráfico internacional de drogas afim de encobertar sua execução.

Porém

Quando os fatos foram encaminhados ao Ministério Público Federal – MPF, não foi encontrado indícios suficientes para incriminar os apontados, e não se caracterizando como política, o crime foi encaminhado para o Ministério Público do estado do de Rondônia e Polícia Civil.

Olavinho

Quatro anos haviam se passado e nada da morte do senador ser esclarecida, seu filho, Emerson Olavo Pires, conhecido como Olavinho, foi eleito deputado federal pelo estado de Rondônia, sua principal promessa de campanha era descobrir quem matou seu pai, causa que a população rondoniense abraçou. Em entrevista na época ele chegou a afirmar ter certeza de que Assis Gurgacz era o mandante da morte de seu pai, acusação que nunca se confirmou.

Cassol

Em guerra com o clã Gurgacz, o senador rondoniese Ivo Cassol (PP) recentemente tocou no assunto e afirmou que a morte de Olavo Pires ainda havia de ser esclarecida.

Não deu 

Mesmo com a investidura do mandato de deputado federal, Olavinho pouco pode fazer, ficou apenas um mandato, não reabriu a CPI da pistolagem e morreu em 2015, aos 43 anos de idade, após diversos problemas de saúde, assim como seu pai, era um político promissor que teve um triste final.

Em Rondônia

Sob poder do MP/RO e PC/RO o caso se estendeu e apenas 19 anos depois do assassinato, um ano antes do caso prescrever, dois homens foram apontados como os atiradores, Carlos Leonor de Macedo, o Perneta, e João Ferreira Lima, ambos já estavam presos e cumpriam pesadas penas no sistema penitenciário.

Arquivado

Em 2010, passado 20 anos após o crime, a Polícia Civil do estado de Rondônia não encaminhou as denuncias dos presos ao Ministério Público e o caso foi arquivado, deixando um sabor amargo em todos os rondonienses ansiosos por justiça. Vinte e sete anos de um crime que não deixou vestígios.

A coluna

João Paulo Prudêncio é jornalista, profissional da área de jornalismo eletrônico há dez anos, autor de matérias de grande repercussão e vencedor do Grande Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do estado de Rondônia em 2014. Informações e sugestões de pauta através dos telefones (69) 99230-0591 ou (68) 99217-1709 ou no e-mail joaoprudencio65@gmail.com

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