A recente sabatina promovida pela Band com os candidatos à Prefeitura de Porto Velho não alcançou a expectativa de proporcionar um debate vigoroso e esclarecedor. O evento, que tinha tudo para ser uma oportunidade de confronto direto de ideias e propostas, acabou se tornando uma exibição de discursos ensaiados, sem o dinamismo necessário para engajar o eleitorado e diferenciá-los.
O formato escolhido, com perguntas pré-programadas e ausência de debates diretos entre os candidatos, criou um ambiente onde a troca genuína de ideias, essencial para a democracia, foi substituída por um desfile de frases feitas. Isso acabou favorecendo os candidatos que já possuem visibilidade ou estão em posições de poder, sem contribuir para um entendimento mais profundo das intenções e capacidades de cada postulante.
Mariana Carvalho, do União Brasil, é um exemplo claro dessa dinâmica. Com o apoio do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB), ela utilizou seu tempo para enaltecer a administração vigente e prometeu continuar os esforços para a melhoria da capital. Seu discurso, embora bem articulado, careceu de inovações que pudessem realmente capturar a imaginação dos eleitores, soando mais como uma reafirmação do que já foi feito.
Por outro lado, outros candidatos, como Benedito Antônio Alves, respeitado na área jurídica e educacional, e Léo Moraes, experiente na política local, não conseguiram romper a formalidade e apresentar uma alternativa clara e assertiva. Ambos, junto com os demais participantes, adotaram uma postura cautelosa, evitando confrontos diretos que poderiam ter gerado um debate mais vibrante e esclarecedor.
Samuel Costa e Célio Lopes de Araújo Junior buscaram se posicionar como alternativas mais jovens e dinâmicas, mas acabaram repetindo fórmulas já conhecidas, sem conseguir capturar a atenção dos indecisos. Já Ricardo Frota e Euma Tourinho, com perfis mais técnicos, não conseguiram se destacar, deixando uma impressão discreta e sem grandes novidades.
O formato ameno da sabatina, que poderia ter sido um evento rico em conteúdo, acabou se tornando um exercício monótono de autopromoção. Os eleitores, que aguardavam a oportunidade de ver os candidatos em situações de pressão, ficaram com a impressão de que todos jogaram para manter o status quo, em vez de apresentar propostas inovadoras ou desafios reais à administração atual.
No final das contas, o eleitorado de Porto Velho continua sem uma visão clara de quem está mais preparado para enfrentar os desafios da cidade. A falta de um confronto direto deixou a sensação de que a escolha do próximo prefeito pode ser mais difícil, com todos os candidatos parecendo mais semelhantes do que diferentes.