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Sob risco de inelegibilidade, Leomar Patrício (PP) enfrenta as urnas e o tribunal em um intervalo de 48 horas

Esta acusação é a que mais ameaça sua elegibilidade, somando-se a outras denúncias por abuso de poder político, assédio eleitoral, calúnia e difamação.
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O candidato a prefeito de Machadinho D’Oeste, Leomar Patrício (PP), ex-vereador pelo PT e ex-prefeito da cidade, enfrentará uma audiência de instrução na 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Rondônia (SJRO) apenas dois dias após as eleições municipais. Marcada para terça-feira (08/10) às 14h, a sessão será realizada por videoconferência e coloca em xeque a sua carreira política, vez que a condenação poderá levar a inelegibilidade dos envolvidos.

Acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de uso indevido da máquina pública durante seu mandato anterior (2016-2020), Leomar responde ação criminal na Justiça Federal acusado de ordenar, na época em que era prefeito de Machadinho D’Oeste, ao Secretário de Obras que realizasse trabalhos na propriedade rural de um vereador, utilizando maquinário público.
Patrício foi intimado ao lado de Adeilson de Oliveira, então secretário de Obras, e Clemente Alves Batista, vereador filiado ao PT na época. Esta acusação é a que mais ameaça sua elegibilidade, somando-se a outras denúncias por abuso de poder político, assédio eleitoral, calúnia e difamação.

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Cenário Político e Risco de Inelegibilidade

Após fracassar na disputa por uma vaga de deputado estadual em 2022, Leomar passou cerca de dois anos nos Estados Unidos, retornando recentemente para tentar reassumir a prefeitura de Machadinho. Sua esposa, Raquel Pereira de Souza, permanece na América do Norte após ter sido candidata a deputada federal nas últimas eleições. De acordo com o site DivulgaCand Contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela também enfrenta processos por irregularidades na aplicação de recursos durante a última campanha.

“O caso de Leomar é delicado. A possibilidade de inelegibilidade é muito grande, considerando as recentes decisões da Justiça Eleitoral que tornaram inelegíveis o ex-prefeito Marinho e o ex-deputado estadual Ezequiel Júnior. Marinho recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de reverter a decisão e se candidatar a prefeito. O risco de votar em Leomar ou Marinho e eles sequer poderem assumir é real.” avaliou um advogado especialista em Direito Eleitoral na região do Vale do Jamari consultado.

Ele também alertou sobre outros candidatos: “Valnéria Mota (PDT) excedeu o limite legal de gastos para a campanha do primeiro turno e pode sofrer sanções.”

Impacto na Política Local

O cenário político em Machadinho reflete uma tendência de declínio de candidatos tradicionais e de viés esquerdista, acompanhando o movimento estadual por renovação política. Partidos em todo o estado estão reavaliando suas estratégias e buscando minimizar danos caso as eleições não resultem conforme o esperado.

A possível inelegibilidade de Leomar Patrício surpreende a população local, que pode ver mais um de seus políticos influentes afastado da vida pública. Em duas das pesquisas eleitorais em Machadinho, uma Leomar ficou atrás do atual prefeito Paulo da Remap, que tem 54% de intenções de voto contra 19% de Leomar, e em outra, Leomar ficou a frente com 31,35% contra 25,40% de Paulo da Remap. Independentemente de qual esteja mais próxima da realidade, podemos ter de 20-30% dos votos de Machadinho inviabilizados em 48 horas após a eleição.

Em meio aos riscos ou as certezas, uma coisa resta ao eleitor: confirmar a sepultura política de Leomar Patrício e enviá-lo de volta aos Estados Unidos ou entregar Machadinho nas mãos de alguém que pode sequer assumir, sendo condenado antes de ser empossado prefeito novamente.

 

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