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SURDINA – Governo tenta aprovar aumento de reservatório da UHE Santo Antônio nas férias legislativas

O fato é que os impactos trazidos por um possível aumento da cota é incerto, já que colocará o reservatório há quase um metro e meio de seu nível de origem.
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Conhecido pela habilidade diplomática, o vice-governador do estado de Rondônia, Daniel Pereira (PSB), vem articulando fortemente para que os deputados rondonienses aprovem ainda neste ano o Projeto de Lei Complementar nº 102 de 2016, que aumenta a cota do reservatório da usina de Santo Antônio de 70,5 metros, para 71,3 metros, um aumento de 82 centímetros em sua cota atual.

O Projeto de Lei é de autoria do próprio Governo do Estado Rondônia, e visa aumentar o potencial de produção de energia pela usina, que só espera a aprovação do projeto para colocar em funcionamento seis novas turbinas que já estão instaladas. Vale ressaltar que o projeto inicial da obra vislumbrou uma cota de 70 metros para o reservatório, porém após muitas tratativas o Consórcio Construtor Santo Antônio conseguiu elevar em 50 centímetros a capacidade do lago.

A pressão anda tão grande para cima dos deputados que mesmo com o ano legislativo findado, o poder executivo estadual quer a realização de uma audiência extraordinária nesta próxima semana para aprovar o projeto, deixando a Santo Antônio Energia livre para aumentar seu potencial de lucro.

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Porém o aumento da cota do reservatório da UHE Santo Antônio traz consigo uma infinidade de questionamentos, um deles é a real capacidade de aguentar essa elevação, uma vez que durante a grande cheia de 2014,  a usina enfrentou  problemas estruturais em decorrência à sua capacidade de armazenamento de água, colocando em pauta até uma possível tragédia, tal qual acontece na barragem de Mariana, em Minas Gerais.

Outro problema são os impactos socioambientais não resolvidos, são as centenas de pessoas que se viram expulsas de casa e até hoje sofrem com a falta de atenção do Consórcio Empreendedor. Construído à margem do rio Madeira, a obra da usina destruiu comunidades ribeirinhas inteiras e foi apontada como apontada como responsável pelo desaparecimento de um dos mais antigos bairros da capital, o Triângulo, que simplesmente foi engolido pelo desbarrancamento.

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Desde o ano de 2016, o governo vem tentando aprovar esse projeto, porém a fiscalização da imprensa e os protestos promovidos contra essa proposta, são as condicionantes que ainda seguram o avanço do reservatório.

O Consórcio Construtor Santo Antônio, é alvo das investigações da operação Lava Jato, onde agentes da Polícia Federal e Ministério Público Federal, apontaram que os responsáveis pelo empreendimento bancavam uma imensa lista de pagamento de propinas à autoridades políticas e sindicais no estado de Rondônia no intento de fazer a obra como bem entendesse dentro da cidade de Porto Velho, a suspeita é de que mais de R$ 80 milhões tenham sido derramados nos bolsos de quem deveria fiscalizar todo o andamento do projeto.

O fato é que os impactos trazidos por um possível aumento da cota é incerto, já que colocará o reservatório há quase um metro e meio de seu nível de origem. Pesquisadores chegaram a afirmar que os impactos dentro de Porto Velho na cheia de 2014 foram em decorrência da construção da usina, por esse motivo o temor com o projeto do governo, que deveria estar mais empenhado na melhoria da qualidade de vida do cidadão rondoniense e não do aumento do lucro de mega empreiteiros acusados de corrupção.

Fonte: JH Noticias

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