Eleita com 8.845 votos, a deputada estadual rondoniense Cláudia de Jesus (PT) teve de encarar uma situação constrangedora durante seu primeiro discurso na cerimônia de posse realizada na casa de eventos Talismã 21, em Porto Velho.
Cláudia de Jesus foi vaiada pelo público presente, composto basicamente por assessores e familiares dos 24 deputados eleitos no último pleito. O motivo da animosidade contra a política foi simplesmente o fato de ela ser a única representante da esquerda no parlamento estadual.
A deputada subiu ao palanque logo após o discurso do deputado Rodrigo Camargo, que destilou uma série de impropérios contra as pessoas que tem a mínima vertente ideológica contrária à sua, ofendendo políticos e agindo de forma antagônica à sua atual condição de representante de toda sociedade de Rondônia e seu ofício de delegado.
“Eu sou sim a única deputada de esquerda do estado de Rondônia, com muito orgulho e muita dignidade. Eu cheguei aqui por que por onde passei eu fiz luta, lutei pelas pessoas do nosso estado e nessa forma que eu venho para cá, fazer o debate e lutar pela justiça social, lutar pela família que eu também tenho. E hoje tenho sim um presidente da república que foi injustiçado”, disse Cláudia de Jesus.
A demonstração de intolerância política dada pelos presentes no local constrangeu até os deputados mais antigos da Casa de Leis e teve que contar com a intervenção do ex-presidente da Casa, Alex Redano, que pediu educação ao público presente para garantir o discurso da deputada.
Porém, ela não se abateu e inclusive chegou a agradecer as vaias e reafirmou o seu compromisso com as pautas de esquerda, tudo isso sob as vaias que se prologavam durante sua fala.
“Mais uma vez estou aqui agradecendo os senhores pelas vaias, pelos aplausos, nosso mandato é uma ferramenta de luta e não de politicagem, vai ter muita luta com certeza”, finalizou Cláudia de Jesus.
O estado de Rondônia se tornou protagonista em ações de extremismo político, com empresários e servidores públicos investigados e presos por financiarem e participarem de atos de ataque a democracia brasileira.