A transposição dos servidores públicos do estado de Rondônia para o quadro do Governo Federal é uma novela que se arrasta há décadas, muitos apontam essa morosidade ao Congresso Nacional, já outros, a má vontade do Governo.
Porém, existe um lado dessa história que muitas vezes passa desapercebido ou até é colocado de maneira inversa da realidade, trata-se do maior sindicato representativo dos servidores federais em Rondônia, o SINDSEF.
Em tese um dos maiores interessados nessa causa, o SINDSEF vem sendo acusado por alguns servidores de não tomar qualquer atitude para agilizar os processos sobre a transposição que tramitam em Brasília (DF).
Entre esses denunciantes está o presidente da Associação dos Servidores em Transposição do Ex-território para o Estado de Rondônia — ASSERTRON, Antônio de Barros Neto, o popular Poeta da Transposição, que afirmou que o SINDSEF não demonstra qualquer interesse na solução dessa questão.
“Cadê o SINDSEF? Vocês são enganadores, vocês não vêm aqui em Brasília. Chega a um ponto, se os sindicatos não vêm para negociar é porque não tem interesse. Precisamos de uma grande união entre toda as bancadas dos estados envolvidos nessa questão”, afirmou Antônio Neto.
De acordo com Antônio Neto, a prova maior de que grandes sindicatos rondonienses como o SINTERO e SINDSEF não se importam com a causa da transposição foi a inércia de ambas as entidades quando a PEC 07, que garante a transposição após 1987, iria deixar de valer com a troca da legislatura passada.
Para seguir valendo, era necessário reeditar a PEC, porém, o SINDSEF e o SINTERO se omitiram e a PEC só não caducou pelo trabalho do gabinete do senador Jaime Bagatolli (PL), e do líder do Governo no Congresso, o senador Randolph Rodrigues (SEM PARTIDO).
Com o manejo de servidores para o quadro Federal estima-se que o SINTERO já perdeu mais de R$ 900 mil em arrecadação de sindicalizados que optam por sair das fileiras do sindicato estadual após migrar para a União.
A PEC que dá o direito à transposição para os servidores rondonienses com vínculo à União após 1987 já passou na Comissão de Constituição e Justiça — CCJ do Senado e falta pouco para ser pautado para votação em Sessão Plenária.