Adiada para o ano de 2018, após forte pressão do deputado Jesuíno Boabaid (PMN) sob o presidente da Assembleia Legislativa do estado de Rondônia, Maurão de Carvalho (PMDB), a votação que aprovaria ou não a permissão para a usina de Santo Antônio aumentar a capacidade de seu reservatório está cercada de expectativas pela comunidade rondoniense.
A proposta da usina, visando o aumento do seu lucro, é subir em 80 centímetros a capacidade de armazenamento de água em seu reservatório, fato que automaticamente geraria a alagação em uma área de aproximadamente sete mil campos de futebol dentro da cidade de Porto Velho.
Porém, órgãos de fiscalização como Ministério Público Federal – MPF, e Ministério Público do estado de Rondônia – MP/RO, já advertiram oficialmente as autoridades públicas que o consórcio responsável pela usina sequer apresentou plano de segurança para o projeto, aliás, de acordo com ambos os órgãos, diversos acordos iniciais foram descumpridos pelo consórcio.
De acordo com investigações da operação Lava Jato, o Consórcio Construtor da usina de Santo Antônio era acostumado a ter suas propostas facilmente aprovadas nos poderes, isso porque operava um gigantesco sistema de propina pagas à políticos, sindicalistas, jornalistas e outras autoridades públicas, que recebiam para fazer vista grossa às ações dentro do rio Madeira.
Nas mãos do atual legislativo estadual, a proposta foi encaminhada com pressa pela base do governo, isso porquê o governador do estado de Rondônia, Confúcio Moura (MDB) atende aos interesses do presidente Michel Temer (MDB), diretamente ligado ao grupo político que lucraria ainda mais com o aumento do reservatório.
Confúcio Moura teria recebido um ofício redigido pelo ministro de Minas e Energia, solicitando que ele atuasse no processo de acelerar a devida aprovação no aumento da cota. Porém, o intento só não foi conseguido pelo clamor que os deputados perceberam que vinha da comunidade em relação à esse tema.
A bem verdade, o fato é que se os deputados votarem à favor da cota, estarão desconsiderando o MPF e MP/RO para atender o pedido de Michel Temer e Santo Antônio Energia, ambos denunciados por corrupção e investigados pela Polícia Federal. Grupos em defesa dos povos tradicionais da região como o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, já estão se mobilizando para novos protestos.
A pressão que os deputados vem recebendo é grande, porém resta apenas esperar o ano legislativo em 2018 para ver o que os parlamentares rondonienses decidirão, isso em ano de eleição.
Fonte: JH Notícias