A construção do Hospital de Emergência e Urgência de Rondônia (Heuro), que deveria estar avançando para atender uma demanda crítica de saúde em Porto Velho, enfrenta mais um grave impasse. Informações não oficiais que circulam nos bastidores indicam que o Consórcio Vigor/Turé, responsável pela obra, teria desistido de concluir o projeto. Após dois anos de atraso e com a construção praticamente parada há meses, o consórcio teria reconhecido informalmente que não tem mais condições financeiras para prosseguir.
A construção, que começou com a instalação de apenas alguns pilares, está abandonada desde então. O consórcio alegou por algum tempo que a paralisação era devido à falta de licenciamento, que havia sido suspenso pela Prefeitura de Porto Velho. No entanto, mesmo após a licença ter sido restabelecida há alguns meses, as obras continuaram completamente estagnadas, levantando sérias dúvidas sobre a capacidade financeira do consórcio de continuar com o projeto.
Fontes próximas à obra afirmam que o consórcio teria “ido à lona”, utilizando o jargão do boxe para indicar sua incapacidade total de retomar a construção, devido à falta de recursos. Embora essa informação ainda não tenha sido oficialmente confirmada, ela reflete um sentimento generalizado de que o projeto está cada vez mais distante de ser concluído pelo Consórcio Vigor/Turé.
Diante deste cenário, o Governo de Rondônia já está tomando medidas para cancelar o contrato com o consórcio. Embora o processo envolva uma longa burocracia legal, fontes dentro do Palácio Rio Madeira/CPA e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) confirmam que o governo não acredita mais na possibilidade de retomada das obras pelo consórcio. Além de lidar com as questões legais que envolvem o pedido de ressarcimento pelos prejuízos e aplicação de multas previstas no contrato, o Estado planeja assumir a construção do Heuro com recursos próprios.
A expectativa agora é que o projeto, que deveria atender uma importante demanda de saúde da população rondoniense, seja reestruturado e retomado sob a gestão direta do governo estadual, abandonando o modelo Built To Suit, que havia sido inicialmente projetado. Infelizmente, o saldo até o momento é de dois anos perdidos para um projeto tão essencial para a saúde pública de Rondônia.