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DESCASO COM RONDÔNIA – Voos saindo de Porto Velho custam mais e são remarcados sem controle

Com tarifas abusivas, remarcações constantes e total descaso, as companhias aéreas que operam na capital de Rondônia parecem agir sem medo de sanções ou de qualquer tipo de regulação efetiva.

A situação dos passageiros que partem de Porto Velho para outros estados do país chegou a níveis alarmantes e revoltantes. Com tarifas abusivas, remarcações constantes e total descaso, as companhias aéreas que operam na capital de Rondônia parecem agir sem medo de sanções ou de qualquer tipo de regulação efetiva.

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Uma denúncia recente feita pelo servidor público e professor Filipe Jeferson, durante o programa Papo de Redação dos Dinossauros, da Rádio Parecis FM, revelou que a companhia Azul Linhas Aéreas remarcou 14 vezes uma passagem comprada em abril deste ano para seus pais viajarem ao Nordeste em julho. A falta de estabilidade nos horários e datas impossibilitou qualquer planejamento: reservas de hotel, transporte e até definição de roteiro ficaram inviáveis diante da insegurança do embarque.

A última atualização passada pela empresa aponta que o casal terá que ir até Cuiabá (MT), esperar entre 8 a 10 horas no aeroporto e só então seguir viagem ao destino final. O caso é mais um reflexo do abuso contínuo que atinge diretamente os consumidores rondonienses, especialmente os que dependem do aeroporto Governador Jorge Teixeira, em Porto Velho.

Além das remarcações constantes, a prática de cobrança diferenciada por local de origem também tem indignado os usuários. Uma comparação feita por um casal mostrou que, para o mesmo destino, uma passagem saindo de Rio Branco (AC) custa R$ 1.400, enquanto saindo de Porto Velho (RO) o valor salta para R$ 2.400R$ 1 mil a mais, sem justificativa plausível.

Esses casos têm se repetido com frequência e revelam um sistema aéreo desigual, que penaliza moradores da região Norte, ignorando completamente o princípio da isonomia no acesso aos serviços públicos essenciais, como o transporte aéreo.

As esperanças de mudança também têm sido frustradas. O grupo Escudo Coletivo, que ingressou com ações pedindo a ampliação de voos e a transformação do aeroporto da capital em aeroporto internacional, viu seus pedidos negados pelo Judiciário. Pior: em uma das ações envolvendo consumidores prejudicados, a Azul ofereceu acordo de R$ 1, valor considerado humilhante por advogados e especialistas em direito do consumidor.

O episódio escancara a fragilidade na proteção do consumidor no Brasil, mesmo diante da existência do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Em países com legislação respeitada e fiscalização atuante, situações como essas resultariam em indenizações milionárias por danos morais e materiais. No entanto, no Brasil, as empresas seguem operando impunemente, impondo desrespeito e sofrimento aos passageiros.

É urgente que órgãos como o Procon, o Ministério Público e a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) tomem providências firmes. O que hoje afeta um casal ou uma família, amanhã pode atingir qualquer cidadão rondoniense que depende de um serviço aéreo digno e justo. O silêncio diante dessa realidade só fortalece os abusos.

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