Os dirigentes da Ordem dos Advogados de Rondônia (OAB-RO), em conjunto com os presidentes das Subseções do interior e o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Rondônia (CAARO), oficializaram na última sexta-feira (29) o pedido de divulgação dos números de pacientes que aguardam vagas nos leitos clínicos e nas UTI’s, através do Governo de Rondônia.
Em nota, a OAB explica que o pedido tem como finalidade “obedecer a transparência e fidelidade na divulgação de dados e apresentar a o real cenário da pandemia no estado de Rondônia à sociedade”.
A expectativa dos dirigentes é que, com o conhecimento desses números, a população passe a obedecer as medidas preventivas do contágio e da propagação do novo coronavírus em Rondônia.
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Até a noite do último domingo (31), 42 pacientes aguardavam vagas na CRUE (Central de Regulação do Estado de Rondônia). No boletim divulgado pela Agência de Vigilância Sanitária (Agevisa) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Rondônia soma mais de 18 mil casos ativos e ultrapassa a marca de 2 mil mortes.
No sábado (30), dez leitos de UTI foram desbloqueados no Hospital de Campanha da Zona Leste em Porto Velho, após a chegada de novos médicos. Mas, segundo a assessora da Secretária de Saúde do Estado (Sesau), os novos leitos já foram ocupados.
Possível fraude
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) instaurou um inquérito civil para apurar supostas fraudes nos relatórios diários de leitos existentes Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19.
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Segundo a denúncia, o governo estadual escondeu o real número vagas de UTI para evitar que fosse obrigado a decretar medidas mais rígidas de isolamento social (a chamada Fase 1 do plano estadual, quando só é permitida a abertura de mercados e serviços essenciais).
O governo de Rondônia se manifestou dizendo que os relatórios epidemiológicos diários com número de leitos vagos, bloqueados e ocupados, com dados extraídos em horários predefinidos “retratam a realidade e a dinâmica do momento de sua expedição e podem variar durante o mesmo dia e até hora de acordo com a internação, alta e óbito de pacientes”.
Colapso na saúde e transferência de pacientes
No fim de janeiro, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) declarou estado de colapso na saúde da capital. Na mesma semana, o governador Marcos Rocha (sem partido) confirmou em uma transmissão em uma rede social, que o estado estava em colapso e precisaria transferir pacientes da Covid-19 a outros estados.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, começou a faltar leitos clínicos e de UTIs em todas unidades referências no atendimento de pacientes com coronavírus em janeiro.
No dia 25 de janeiro, foi realizada a primeira transferência de pacientes para Curitiba. Eles embarcaram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Novos leitos
O governo também anunciou no último sábado (30), que recebeu 20 monitores multiparâmetros e 20 respiradores, encaminhados pelo Ministério da Saúde, e mais 60 bombas de infusão adquiridas pelo Governo de Rondônia. Dessa forma, a unidade da capital amplia de 30 para 50 leitos de UTI.
Para os 20 novos leitos de UTI, ainda não há médicos.