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Operação traz mais rondonienses de volta a casa após aflição vivida na Bolívia pelo coronavírus

A sensação de alívio e segurança, misturado à gratidão estava estampada no rosto de cada um dos estudantes de Rondônia que fazem o curso de medicina na Bolívia que, após uma longa jornada, conseguiram desembarcar em Porto Velho pontualmente às 4h10 da manhã de quinta-feira (23), trazidos de volta para “casa” pela Missão Repatriados, desenvolvida pelo Governo de Rondônia para auxiliar a volta ao país dos brasileiros desde que as fronteiras foram fechadas por causa da pandemia de coronavírus que deixou a Bolívia em estado de emergência nacional. O desembarque aconteceu no posto da Polícia Rodoviária Federal, próximo a Candeias do Jamari, quando foi realizada a triagem de saúde dos repatriados.

O grupo formado por 172 rondonienses estudantes de medicina saiu das cidades bolivianas de Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra e, com recomendação do Ministério das Relações Exteriores e do consulado brasileiro, começaram a deixar a Bolívia. No Brasil, o retorno para “casa” iniciou pela cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo todos imediatamente atendidos pelo Governo de Rondônia que montou toda uma estratégia para o deslocamento dos estudantes de volta para o Estado, sendo utilizados quatro ônibus.

Conforme explicado pelo subcomandante do Corpo de Bombeiros Militar e coordenador da Missão Repatriados, coronel BM Gilvander Gregório, o governo do Estado já repatriou mais de 400 estudantes que cursam medicina na Bolívia. Em solo rondoniense, desde que chegam ao município de Vilhena, todos os repatriados passam por uma rigoroso monitoramento e preenchem um formulário com todos os dados pessoais para que possam ser acompanhados diariamente pelos profissionais de saúde. Desde que foi iniciado o repatriamento, nenhum estudante apresentou alteração de saúde e, conforme constatado no monitoramento, todos os mais de 400 continuam apresentando estado saudável.

A missão que trouxe os 172 estudantes é a de número 6 e outras ainda estão já em andamento. Alguns repatriados desembarcaram nos municípios do eixo BR-364, dos quais 33 chegaram até Porto Velho. Como é o caso da estudante do 5º período de medicina, Ana Carolina, que expressou toda a emoção tão logo pisou no solo portovelhense.

“É uma sensação de alívio. Foi um choque, pois esperávamos este ano terminar o período de forma tranquila. Mas, a pandemia do coronavírus atinge todos os países. Na Bolívia está sendo rígida a situação e o isolamento é total. Lá, temos um só dia da semana que podemos sair sendo limitado por pessoas a cada dia. Meus pais estiveram muito preocupados durante todos esses dias de isolamento na Bolívia, mas agora estou de volta em segurança”, desabafou a estudante aproveitando a oportunidade para destacar a iniciativa do governo do Estado, Corpo de Bombeiros e todos os órgãos envolvidos na missão de trazer de volta os rondonienses.

O desabafo de Ana Carolina reforça toda a estrutura que foi montada para garantir o retorno dos estudantes para Rondônia. O coronel BM Gregório, deixou claro o apoio recebido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater), Eletronorte, Corpo de Bombeiros Militar, Instituto Federal de Rondônia (Ifro), e prefeitura de Vilhena por cederam ônibus que estão buscando os rondonienses.

A estratégia montada até a chegada à Capital do Estado foi pontuada pelo coronel BM Gregório tendo a preocupação de manter o monitoramento de cada estudante para que todos cheguem com segurança de volta a seus lares. Ele enalteceu o apoio que envolve toda essa operação desenvolvida pelo Governo de Rondônia, como o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Vigilância Sanitária de Porto Velho e Vilhena, Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Secretaria de Estado de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Polícia Rodoviária Federal que escoltou os ônibus durante todo o percurso até Porto Velho, bem como apoio do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Os repatriados passaram por procedimentos de checagem para sintomas do coronavírus ainda do lado boliviano e seguindo o mesmo protocolo em território brasileiro. Vale destacar que foi primado pelos cuidados de cada estudante durante a viagem, com uso de máscaras, bem como sendo disponibilizado álcool em gel. Mesmo dentro dos ônibus foi respeitado o distanciamento entre cada estudante.

A missão foi definida pelo estudante Diogo Augusto como honrosa. “Estávamos em isolamento social há 30 dias. A saída rápida é permitida apenas uma vez por semana com um rígido controle de movimentação. Terminei o curso de medicina e havia retornado à Bolívia para fazer uma prova visando adquirir toda a documentação, isso no dia 20 de março, no instante que foi decretado o estado de emergência nacional e, consequentemente, a fronteira foi fechada. Após 30 dias estou retornando para casa e quero agradecer ao consulado brasileiro e ao Governo de Rondônia em montar esse planejamento para trazer de volta os rondoniense que estão na Bolívia”, disse Diogo.

A Missão Repatriamento não pára. O coronel BM Gregório já anunciou outra frente de trabalho que está em andamento em busca de mais 80 estudantes que estarão embarcando em Campo Grande e Corumbá (Mato Grosso do Sul).

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