Em 2024, Rondônia se destaca negativamente como o estado com o maior número de prisões relacionadas a incêndios florestais no Brasil. De acordo com um levantamento realizado pelas secretarias de segurança pública e publicado pelo jornal Metrópoles, o estado registrou 42 casos de prisões ou detenções por incêndios florestais até o momento, liderando o ranking nacional.
Os dados mostram que Goiás ocupa o segundo lugar com 29 prisões, seguido por São Paulo com 22, Mato Grosso com 17 e Minas Gerais com 11. A alta incidência de prisões em Rondônia está ligada principalmente a incêndios criminosos em unidades de conservação, onde pessoas ateiam fogo à vegetação para abrir espaço para plantio de capim e outras atividades pecuárias. Em alguns casos, esses incêndios são usados como um meio para obter posse de terrenos.
Apesar do grande número de prisões, a eficácia das ações legais tem sido limitada. A Polícia Militar de Rondônia relata que, na maioria dos casos, os acusados são levados para a delegacia e liberados logo em seguida, ou têm sua prisão relaxada na audiência de custódia. Isso destaca um problema crítico no sistema de justiça ambiental, onde as penalidades muitas vezes não correspondem à gravidade dos crimes cometidos.
A situação reflete uma crise ambiental severa em Rondônia, que enfrenta uma das piores crises ambientais de sua história. O impacto dos incêndios florestais é profundo, afetando a biodiversidade, os recursos hídricos e a qualidade do ar, além de contribuir para a degradação do meio ambiente. A persistência dos incêndios criminosos e a aparente ineficácia das medidas legais destacam a necessidade urgente de reforço na legislação ambiental e nas ações de fiscalização e prevenção de incêndios florestais.