Em Porto Velho (RO) – terceira capital visitada pela equipe técnica do Ministério da Saúde para elaboração do diagnóstico situacional devido à seca extrema e às queimadas que afetam a região Norte – o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Adriano Massuda, e o coordenador-geral da Força Nacional do SUS, Rodrigo Stabeli, se reuniram com o vice-governador do estado, Sérgio Gonçalves, e o secretário de estado da Saúde, Jefferson Souza, para unir forças no enfrentamento à emergência climática.
“Estamos aqui para dar apoio ao estado de Rondônia, como estamos fazendo no Acre e Amazonas frente a essa combinação bastante grave de estiagem com queimadas. A FN-SUS está em ação para trabalhar junto com os governos locais no sentindo de identificar problemas de saúde das pessoas e fortalecer o SUS para atender a população”, ressalta Massuda.
Devido às queimadas, a cidade de Porto Velho registrou, no último domingo (22), uma concentração de material particulado de 1.075 microgramas por metro cúbico (µg/m3), segundo o Vigiar. A medição indicou um nível de poluição muito acima do padrão de qualidade do ar estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como seguro à população, que admite a presença de material particulado em até 45 microgramas por metro cúbico (µg/m3).
Dos 52 municípios do estado, 26 decretaram situação de emergência por incêndios florestais. Até o momento, em 2024, foram combatidos 4.341 incêndios florestais – o maior número em relação aos últimos cinco anos. Em 2020, foram contidos 1.090 incêndios florestais; em 2021, 1.656; em 2022, 1.194 e, em 2023, 2.560. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), o aumento no combate aos incêndios florestais em 2024 se deve ao fenômeno El Niño, que atinge o Brasil desde o final do ano passado e que fez diminuir a intensidade das chuvas na região, uma das formas de diminuição das queimadas.
Após a reunião, o secretário da Saes e o coordenador-geral da FN-SUS sobrevoaram a capital rondoniense até o município de Guajará-Mirim para visualizar o impacto das queimadas na região. Também sobrevoaram a aldeia Laje Velho, na Terra Indígena Igarapé-Laje, que enfrenta problemas devido à escassez hídrica que impossibilita a navegabilidade, a pesca e a higiene pessoal. “As aldeias estão isoladas tanto pela seca dos rios quanto pela poluição atmosférica, que impede a aeronave pousar, como foi o caso hoje. Mas estamos aqui para procurar as melhores soluções e ajudar as comunidades indígenas”, destaca Stabeli.
Em Guajará-Mirim, a equipe também visitou a Unidade Fluvial de Saúde, Barco Hospital Walter Bártolo, e o Laboratório de Fronteira de Rondônia (Lafron-RO). No retorno à Porto Velho (RO), a equipe visitou o Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II.