O inquérito movido pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado – DRACO, aponta fortes indícios de que o prefeito afastado de Ji-Paraná, Isaú Fonseca (MDB), é o líder e mentor de um esquema elaborado para desviar dinheiro de notas fiscais superfaturadas em serviços de iluminação pública.
Liderado pelos delegados da Polícia Civil, Fred Mercury, Roberto dos Santos e Rondinelly Moreira, o inquérito da DRACO seguiu as pistas deixadas por Isaú e seus asseclas em um rombo nos cofres de Ji-Paraná que pode chegar a R$ 17 milhões.
Um dos pontos desvendados pela polícia veio através do depoimento da ex-controladora-geral do Município, Patrícia Margarida Oliveira, que garantiu ter sido coagida pelo próprio Isaú Fonseca e pelo então secretário de Fazenda, Diego André Alves, a promover fraudes em pareceres a favor da prefeitura.
Ainda segundo a DRACO, Isaú Fonseca também liderou a fabricação da licitação fraudulenta relacionada a compra das luminárias, para isso utilizou o Consórcio Público Intermunicipal de Rondônia – CIMCERO como tentativa de manter a prefeitura “a parte” do esquema.
Em sua primeira manifestação pública após o seu afastamento, Isaú Fonseca tentou “tirar o corpo fora” afirmando que a licitação era de competência da CIMCERO, o que se for confrontado com o inquérito da DRACO, aponta uma clara tentativa de Isaú em enganar a população de Ji-Paraná.
E não para por aí, Isaú Fonseca ainda teria sido o mentor da alteração das datas dos documentos da licitação. “Acredita-se que a ordem dos documentos, numerados sequencialmente, corresponda à verdadeira cronologia dos eventos, ao contrário das datas que foram artificialmente manipuladas”, diz o inquérito.
Mesmo assim, Fonseca ainda garante aos quatro cantos de Ji-Paraná que retorna à cadeira de prefeito, mesmo tendo sofrido várias derrotas na Justiça na tentativa de reaver o mandato tirado de suas mãos.
A carta na manga de Isaú é a segunda decisão do Habeas Corpus que impetrou no Superior Tribunal de Justiça – STJ, que deverá ser defendida através de uma sustentação oral de seus advogados em uma audiência que poderá levar meses para ser realizada.
Enquanto isso, a confecção do inquérito da DRACO vai ficando mais robusta após a quebra do sigilo bancário, telemático e fiscal de Isaú.
Tudo indica que novos crimes podem ser descobertos, já que o prefeito em exercício Joaquim Teixeira (PL) deixou as portas da prefeitura de Ji-Paraná arreganhadas para as autoridades policiais devassarem as ações de Isaú dentro do Executivo.
O caminho de Isaú para a prisão está mais próximo que o retorno à prefeitura.