A Polícia Civil de Rondônia prendeu nesta quarta-feira (30) sete pessoas suspeitas de envolvimento direto nos incêndios criminosos que aterrorizam os distritos de Porto Velho em janeiro deste ano. Os ataques aconteceram em Mutum Paraná, Jaci Paraná e União Bandeirantes e fazem parte de uma escalada de violência atribuída à facção criminosa Comando Vermelho.
Além das prisões, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. A operação contou com o apoio do Ministério Público de Rondônia (Gaeco), Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Fico) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). As investigações continuam para identificar e localizar outros envolvidos.
Como começou a onda de violência
Os ataques começaram após a morte de um dos líderes da facção em uma ação da Polícia Militar no dia 8 de janeiro. Dois dias depois, uma viatura foi atacada a tiros na zona Leste da capital. No dia 12, o cabo da PM Fábio Martins foi assassinado com seis tiros na cabeça no conjunto habitacional Orgulho do Madeira, onde morava.
Logo após a morte do policial, criminosos tentaram explodir um totem de segurança no local, em claro sinal de retaliação. A sequência de atos violentos incluiu a tentativa de incendiar um ônibus da linha Orgulho do Madeira no dia 13 e, em resposta, a PM lançou a operação “Aliança Pela Vida, Moradia Segura II” para conter os avanços da organização criminosa.
Escalada dos ataques
Entre os dias 13 e 15 de janeiro, uma série de ataques foi registrada:
-
19 veículos foram incendiados em Porto Velho em menos de 24 horas.
-
Mais de 20 ônibus — escolares, coletivos e particulares — foram destruídos em diversos municípios de Rondônia, incluindo Porto Velho, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste, Mirante da Serra e Alto Paraíso.
-
Populares foram baleados em diferentes pontos da zona Leste da capital. Seis pessoas morreram e outras oito ficaram feridas.
A gravidade dos fatos levou o Governo de Rondônia a solicitar apoio do Governo Federal. O Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Nacional. Cerca de 60 agentes chegaram para reforçar a segurança, com novos contingentes previstos.
Ação coordenada
Segundo a Polícia Civil, os ataques foram planejados como represália direta às ações da polícia contra o crime organizado. A queima de ônibus e a execução de populares faziam parte de uma estratégia de intimidação para desestabilizar a atuação do Estado nos bairros dominados pelo tráfico.
As autoridades prometem novas ações. Uma coletiva de imprensa com mais detalhes sobre as investigações e próximos passos da operação está prevista para os próximos dias.
A população pode colaborar com denúncias anônimas pelo Disque-Denúncia 197 ou pelo 181.