Responsável pela gestão da BR-364 no trecho que vai de Vilhena a Porto Velho, a concessionária Nova 364 chegou a Rondônia sob os olhares desconfiados da população, que até agora não aceitou a ideia de pagar pedágio antes mesmo da entrega das obras de duplicação e melhorias da rodovia.
O fato é que, até o momento, a empresa ainda não apresentou um plano concreto sobre como pretende realizar a duplicação de mais de 100 quilômetros de trechos da estrada, tampouco detalhou as etapas e prazos de execução das demais intervenções previstas no contrato de concessão.
Mesmo assim, a cobrança de pedágio em sete praças ao longo do trecho já tem prazo definido para começar, sem que haja clareza sobre o que a concessionária deverá entregar à sociedade rondoniense em contrapartida.
Recentemente, o presidente da Nova 364, Wagner Martins, revelou à imprensa nacional que a empresa vem enfrentando dificuldades para montar equipes de trabalho, alegando que profissionais da área não querem se mudar para Rondônia.
“Ninguém quer ir para Rondônia, trabalha em outra [concessionária]”, afirmou Wagner Martins ao jornal Folha de S.Paulo.
A declaração repercutiu mal no Estado e intensificou a rejeição ao consórcio, que assumiu a concessão em um modelo de leilão amplamente contestado por entidades associativas e órgãos como a OAB/RO.
Sob o peso da desconfiança popular, a Nova 364 tenta consolidar sua imagem e seu controle sobre a principal rodovia que liga Rondônia ao restante do país, uma das rotas mais estratégicas para o escoamento da soja brasileira.