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De acordo com o BCB, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil tem taxa de juros mais alta que a média

Assim como outros créditos desta modalidade, esta proposta tem suas características específicas.
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Desde o começo deste mês, quem recebe o Auxílio Brasil pode fazer um empréstimo consignado em algumas instituições financeiras habilitadas. Assim como outros créditos desta modalidade, esta proposta tem suas características específicas.

Entre elas a determinação pelo governo de que a taxa de juros máxima que pode ser cobrada é de 3,50% ao mês. Com isto, um empréstimo de R$ 1.500, financiado em 2 anos, teria 24 parcelas de R$ 93,41. Do total devolvido à instituição financeira, R$ 741,84 seriam juros. 

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Todos os meses, o Banco Central do Brasil disponibiliza listas com a taxa média de juros praticada pelas instituições financeiras nas diferentes modalidades de crédito. Ao comparar com as taxas das modalidades de empréstimo pessoal não consignado, aos quais o beneficiário do Auxílio Brasil tem mais chances de alcançar, o consignado tem uma taxa bastante em conta, pois na lista as taxas de juros vão desde 0,71 % ao mês (8,83% ao ano) até 21,91% a.m. (977,35% a.a.). A média da taxa de juros do crédito pessoal, em agosto, ficou em 5,28% ao mês.

Com essa taxa, um empréstimo nas mesmas condições do exemplo anterior ficaria com 24 parcelas de R$ 111,69, R$ 18,28 mais cara. E os juros totais seriam de R$ 1.180,56, R$ 438,72 a mais do que o consignado

Outras linhas de crédito consignado, pelos requerimentos que implicam, não estão disponíveis para quem recebe o Auxílio Brasil, mas, para dimensionar os empréstimos nesta modalidade podemos comparar as taxas. 

Comparação com as taxas dos créditos consignados

Lembrando que 3,50% ao mês é o valor máximo, e isso não significa que os bancos e financeiras que liberam este empréstimo irão cobrar exatamente essa taxa. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, determinou a taxa em 3,45% a.m.

Mesmo assim, ao comparar com outras modalidades de crédito consignado, a taxa de juros para os beneficiários do programa é uma das mais altas. 

Antes de liberar o empréstimo, as financeiras e os bancos fazem uma análise de crédito, ao avaliar o perfil do cliente e sua capacidade de pagamento é determinada a taxa de juros, que pode ser menor ou maior à taxa indicada na lista do BC. Geralmente, quando o cliente não tem um bom histórico, as taxas são mais altas. 

Ao confrontar com as taxas cobradas aos aposentados e pensionistas do INSS (entre 1,28% e 2,17% ao mês), a maioria das instituições financeiras cobram juros menores.

A maioria dos juros cobrados nos consignados para servidores públicos também são menores que a do consignado para beneficiários do Auxilio Brasil. Nessa modalidade de crédito as taxas, informadas por 39 instituições, vão desde 1,37% a.m. até 5,21% a.m., mas somente 3 estão acima dos 3,5%.

Os consignados para funcionários de empresas privadas, com carteira assinada, têm taxas desde 0,12% até 4,60%, e, apenas 7 das 52 instituições têm médias acima da taxa máxima do consignado para os beneficiários do programa. 

Vale destacar que a lista realizada pelo Banco Central somente informa a taxa de juros nominal. Porém, nos empréstimos há incidências de outras taxas e encargos, e é por esse motivo que o solicitante do empréstimo deve prestar especial atenção no Custo Efetivo Total (CET) da operação. No caso do empréstimo para quem recebe o auxílio Brasil, foi determinado que as instituições financeiras não podem cobrar Taxa de Abertura ao Crédito (TAC) e outros encargos, por esse motivo é conveniente simular o empréstimo. 

Para alguns economistas, pelo fato de as parcelas serem descontadas diretamente do auxílio o que garante que o pagamento será feito, as taxas são elevadas, deveriam ser similares às taxas do consignado para beneficiários do INSS. 

Além disso, o prazo de pagamento também é reduzido em relação aos demais consignados, motivo pelo qual as taxas poderiam ser menores ao valor determinado pelo governo

Porém, há de se levar em consideração que o Auxílio Brasil não é um benefício permanente como a aposentadoria e algumas pensões, e como pode ser encerrado ou mudar suas condições em um futuro próximo, o risco de não ser quitada a dívida do empréstimo aumenta, consequentemente o valor para o cliente é mais alto.

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