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Firmino se apresenta como grande novidade do Brasil pós-Copa

Roberto Firmino fez em 2017 e 2018 a grande temporada de sua carreira, marcando 27 gols, 11 deles na Liga dos Campeões, campeonato no qual ajudou o Liverpool a chegar à final. Na Copa, diante do jejum de Gabriel Jesus, que passou em branco nos cinco jogos, a torcida clamou pela sua entrada, mas não foi atendida. Agora, neste início de ciclo nos EUA, o atacante desponta como a principal novidade no Brasil pós-Mundial.

Para os confrontos contra EUA na última sexta, em Nova Jersey -vitória brasileira por 2 a 0- e diante de El Salvador, nesta terça, em Washington, Tite barrou Jesus. Firmino viajou como a principal opção do comando de ataque da seleção, deixou sua marca na estreia e começou a cementar um lugar cativo já de olho na Copa América do ano vem, em solo brasileiro.

Durante a Copa da Rússia, Tite explicou exaustivamente a opção por Jesus, se apoiando nas características diferentes dos dois atletas dentro da forma de jogar que queria implementar na sua equipe. Ao finalmente optar por Firmino no início do ciclo visando 2022, o comandante voltou a ser confrontado com as mesmas questões.

Para Tite, Firmino atua no ataque, mas funciona como um meia. O jogador do Liverpool recua para buscar jogo, e troca uma maior presença dentro da área por um fortalecimento na armação que potencializa o avanço dos jogadores que atuam aberto pelos lados do campo: no “titês”, pontas, flechas ou wingers.

Durante a passagem pelos EUA, o treinador admitiu, em conversa com jornalistas, que considera a ausência de Firmino -na verdade, a falta de uma força criativa maior no último terço do campo- um dos erros que cometeu durante o Mundial. Isso foi agravado com a lesão de Renato Augusto durante a preparação.

“Esse foi um dos erros que eu cometi, com a lesão do Renato. Agora vem uma composição do Firmino, com dois flechas, wingers, ponteir -não importa como você quer chamar. Essa alternativa já se apresenta”, explicou o treinador, que também garantiu que a equipe está preparada para atuar com um camisa 9 menos tradicional.

“O Firmino já está com uma gama de treinamentos de Eliminatórias e de Copa. Tinha momentos já na Eliminatória, onde eu dividia por exemplo o lado direito titular, o esquerdo que não ia começar. Ou, às vezes, eu trabalhava meio e ataque titular, com defesa da equipe que não ia começar. Porque isso dá o entrosamento. A partir do momento que estão trabalhadas as situações, tem a sintonia. O Neymar hoje sabe que o Firmino vai afundar menos, vir buscar a bola”.

A visão de Tite, de certa forma, se concretizou na vitória por 2 a 0 sobre os EUA na sexta, em Nova Jersey. A falta de ritmo foi sentida, e o adversário era tecnicamente inferior, mas, com a presença de Firmino, os lados do campo foram potencializados e o ataque pela direita foi a arma mais letal.

Fabinho e Douglas Costa infernizaram a defesa norte-americana. O lateral sofreu um pênalti e quase marcou em um chute perigoso de fora da área. O atacante da Juventus foi o melhor em campo, com jogadas individuais agudas, presença dentro da área e uma assistência. Quem recebeu de Douglas para marcar foi, justamente, Firmino.

O lado esquerdo, com Neymar e Filipe Luís, esteve um ritmo abaixo, mas não fez mais partida. O lateral precisou preocupar-se em conter os poucos avanços ofensivos dos EUA, que foram pelo seu lado. O camisa 10, por sua vez, se não brilhou e encantou, foi participativo, buscou o jogo, teve algumas oportunidades e converteu o pênalti sofrido por Fabinho.

Para o confronto desta terça diante de El Salvador, no Fedex Field, em Washington, Tite sinaliza com a possibilidade de fazer um número maior de experiências e escalar mais novatos. Richarlison é um dos principais nomes a serem testados, o que pode deixar Firmino no banco de reservas.

O treinador, entretanto, já sinalizou que a renovação na seleção será gradual ao iniciar o ciclo com a escalação de dez remanescentes da Copa do Mundo. A presença de Firmino e a ausência de Gabriel Jesus, com Tite admitindo que isso altera significativamente a maneira da seleção jogar, diz muito. Se mantiver o nível de atuações da última temporada, o velho conhecido pode despontar como a grande novidade do Brasil pós-Mundial.

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