Nesta quarta-feira (19), Rondônia relembra um dos crimes mais brutais da história do estado. Há três anos, a jovem Laryssa Victória Pereira Rossato, então com 17 anos, foi assassinada com extrema perversidade em Ouro Preto do Oeste. O responsável pelo crime, Ronaldo dos Santos Lira, conhecido como “Fronteira”, um assistente social e ex-candidato a vereador e deputado estadual, foi condenado a 34 anos de prisão.
Em 18 de março de 2022, Laryssa saiu de casa para encontrar amigas em uma conveniência e nunca mais voltou. Seu desaparecimento mobilizou familiares e a polícia, até que, no dia seguinte, o corpo da jovem foi encontrado enterrado em uma cova rasa no quintal da casa de Ronaldo.
O laudo necroscópico apontou que a vítima foi brutalmente assassinada com 22 facadas. Além do homicídio, Ronaldo cometeu estupro e diversas torturas, detalhadas por ele mesmo em depoimento à polícia. Agentes encontraram vídeos e imagens de pornografia infantil em seu computador, reforçando o caráter monstruoso do crime.
O caso foi conduzido pelo delegado Niki Locatelli, que classificou a investigação como a mais complexa de sua carreira. O julgamento foi transferido de Ouro Preto do Oeste para Ji-Paraná, onde o Tribunal do Júri confirmou todas as acusações contra Ronaldo: feminicídio, estupro, ocultação de cadáver e fraude processual.
A sentença foi lida pelo juiz Valdecir Ramos, condenando Ronaldo a 34 anos de reclusão e um ano de detenção, além do pagamento de 22 dias-multa. Atualmente, ele cumpre pena no Pavilhão C da Casa de Detenção de Ouro Preto do Oeste, junto a criminosos de perfil semelhante.
Ronaldo dos Santos Lira teve uma trajetória política antes de cometer o crime. Em 2016, candidatou-se a vereador, obtendo 160 votos, e em 2018 concorreu ao cargo de deputado estadual. Em 2020, foi filiado ao PSD e assumiu um cargo de chefia em um posto de saúde, por indicação política.
Laryssa estava no terceiro ano do ensino médio e sonhava em ser advogada. Hoje, teria 20 anos e um futuro promissor pela frente. Sua morte brutal escancarou a necessidade de maior atenção à segurança das mulheres e punições severas para crimes dessa natureza.
Mesmo com a condenação de Ronaldo, a dor da perda continua para familiares e amigos, que seguem em busca de justiça e memória para a jovem.