Os agentes penitenciários de Rondônia decidiram na segunda-feira (04) deflagrar um novo movimento grevista em todo o estado. O deputado estadual Anderson Pereira (Pros) participou da assembleia realizada pela categoria na sede do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Agentes de Segurança Socioeducativo do Estado de Rondônia (Singeperon) em Porto Velho, ocasião em que defendeu a necessidade de um diálogo de solução do Governo para efetivar o realinhamento salarial dos profissionais.
“Esse é o momento de estabelecer um diálogo de solução. Diálogo existe, mas não avança, e essa dificuldade encontramos dentro da própria Secretaria de Estado de Justiça (Sejus)”, evidenciou o parlamentar.
A decisão de greve, tomada simultaneamente em outros 22 municípios que também reuniram os filiados, baseia-se no total descumprimento do Estado com o acordo judicial que prevê o realinhamento salarial, cujo projeto de lei deveria ser enviado pelo Estado ao Poder Legislativo até o último dia 28. Além disso, o governador Marcos Rocha (PSL) vetou no início do ano as emendas ao orçamento da Sejus e da Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo (Fease), as quais contemplariam os servidores.
“É uma decisão legítima e séria da categoria. Infelizmente chegou a esse ponto porque os próprios personagens do governo que sentaram à mesa não tiveram condições de avançar, ou talvez não tiveram o interesse político para isso. É preciso tirar a política do meio. Os governantes precisam se sensibilizar com esses trabalhadores que tem o pior salário do Brasil, que possui a segunda profissão mais perigosa do mundo e que merecem o devido respeito e reconhecimento”, ressaltou Anderson ao pregar a união da classe e a somar forças com a diretoria sindical.
O deputado também explicou que seguem as negociações pelos agentes de segurança socioeducativo, cuja emenda no orçamento da Fease, no valor de R$ 3 milhões, também não foi reconhecida pelo Governo para que se efetivasse o realinhamento salarial desses servidores. “Eu não vejo diferença entre o agente penitenciário e o agente de segurança socioeducativo porque os dois exercem funções que por simetria são idênticas, onde ambos lidam com delinquentes, com pessoas que violaram as leis. A diferença é a idade e a legislação aplicada”, enfatizou.
“Estou junto com vocês nessa batalha e com a força de Deus e de vocês, vamos vencer. A Assembleia Legislativa está junto com a categoria e demais servidores públicos do estado que merecem o devido reconhecimento e valorização”, realçou Anderson Pereira.
O líder dos servidores no Parlamento espera que no próximo dia 11 se construa uma proposta concreta, quando uma nova rodada de negociações acontece, com a apresentação de um estudo técnico por parte de uma comissão. “O movimento paredista não é bom para a sociedade, não é bom para o servidor, não é bom para ninguém, porém é o único meio que o trabalhador tem de cobrar e fazer valer os seus direitos e de mostrar que ele merece respeito e valorização”, destacou.
Conforme nota publicada em seu site, o Sindicato deverá notificar na quinta-feira (07) os órgãos competentes sobre a decisão, com a previsão de início da greve no dia 12, em cumprimento ao prazo legal de 72 horas. O efetivo mínimo a ser mantido nas unidades será de 30%, no entanto, os servidores deixaram aprovado em assembleia o indicativo para a paralisação total, caso o movimento seja decretado ilegal pelo Judiciário.