A recente operação da Polícia Federal no rio Madeira reacendeu o debate sobre a forma como os garimpeiros são tratados pelas autoridades federais. Frequentemente, as ações seguem à risca a letra da lei, mas com métodos e táticas normalmente reservados ao combate de criminosos perigosos.
É importante frisar que a atuação rigorosa da Polícia Federal contra os garimpeiros não é exclusividade do governo Lula (PT). Operações semelhantes ocorreram também nas gestões Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Para se ter uma ideia, em novembro de 2021, uma grande operação destruiu mais de 130 dragas que atuavam no rio Madeira. O impacto foi tamanho que prefeitos de cidades afetadas recorreram a Brasília em busca de apoio, mas nada mudou: as operações prosseguiram nos anos seguintes.
O garimpo no rio Madeira é um tema sensível. Envolve legislação ambiental e crimes diversos relacionados à atividade, mas também representa emprego, renda e oportunidade para muitas pessoas que não teriam outra fonte de subsistência.
O fato é que não há ideologia política quando se trata de operações contra os garimpeiros. A destruição de dragas, prisões e uso de força desproporcional seguem um padrão independente de quem esteja no comando do Palácio do Planalto.