O afastamento do ainda prefeito, Isaú Fonseca (UNIÃO), suspeito de ser o líder de um esquema criminoso que subtraiu nada menos que R$ 17 milhões dos cofres da cidade de Ji-Paraná (RO), pode não ecoar onde mais deveria, a Câmara Municipal.
Acontece que o parlamento ji-paranaense é presido pelo filho de Isaú, o vereador Wellinton Fonseca (MDB), que foi eleito presidente da Casa por 13 dos 17 vereadores, e dificilmente levará o Poder Legislativo a realizar algum desdobramento sobre o caso.
Vale destacar que mesmo comandada por uma ampla base na Câmara, a denúncia que levou a queda de Isaú partiu da vereadora Rosana Pereira (NOVO), que em dezembro de 2022 apresentou às autoridades os fatos que deram início às investigações.
A vereadora apontou que Isaú Fonseca, através da prefeitura de Ji-Paraná, realizou compras superfaturadas de equipamentos para obras na cidade, como lâmpadas de LED e cabo, ela identificou diversas compras suspeitas, com valores muito maiores do que a média oferecida pelo mercado.
O nível de “alopração” no esquema de superfaturamento foi tanto, que lâmpadas de LED à prova d’água que custariam, em média, R$ 112,00, foram adquiridas pelo município por R$ 875,00; e lâmpadas de 200 volts que custariam R$ 197,00, foram compradas por R$ 1.180,00.
“Cada aumento desses em cada lâmpada comprada levou prejuízo aos cofres públicos. Um contrato que desviou 17 MILHÕES do dinheiro público, que deveria ser usado para melhorar a saúde, a educação e a segurança da população! É inadmissível”, afirmou a vereadora Rosana Pereira.
Até o momento, Isaú deu uma explicação “meia boca” sobre essas graves acusações, afirmando que a licitação não havia sido feita pela prefeitura de Ji-Paraná, mas sim por um consórcio intermunicipal, que pasmem, conta com a anuência do próprio prefeito.
Mesmo com uma equipe jurídica de alto padrão, acessível apenas à casta de ricos e privilegiados, Isaú Fonseca vem sofrendo seguidas derrotas na Justiça na tentativa de retornar ao seu mandato.
Enquanto isso, a população de Ji-Paraná segue sem saber se a Câmara de Vereadores irá abrir o processo de cassação de Isaú Fonseca ou se o parlamento continuará como uma extensão da casa do prefeito afastado.