O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (21) dados do suplemento Características do Mercado de Trabalho da PNAD Contínua, revelando que 61,2% dos trabalhadores rondonienses estão concentrados nos setores de comércio, agropecuária e administração pública. Esta pesquisa, que analisa o mercado de trabalho no estado, traz importantes insights sobre a distribuição de empregos e as mudanças na qualificação da força de trabalho ao longo da última década.
De acordo com os dados de 2023, Rondônia possui 824 mil pessoas ocupadas, distribuídas principalmente nos seguintes setores:
- Comércio: 187 mil trabalhadores (22,7%).
- Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais: 161 mil trabalhadores (19,6%).
- Agropecuária: 156 mil trabalhadores (18,9%).
Esses três setores juntos representam 61,2% das pessoas ocupadas no estado. A tendência é semelhante à observada em 2013, quando esses segmentos também dominavam o mercado de trabalho, totalizando 59,6% dos ocupados.
A pesquisa revela que, excluindo trabalhadores domésticos e do serviço público, uma grande parte dos trabalhadores de Rondônia (70,9%) está empregada em empreendimentos de pequeno porte, com até cinco pessoas. A distribuição restante é a seguinte:
- 9,2% em locais com seis a dez trabalhadores.
- 10,9% em empresas com 11 a 50 trabalhadores.
- 9% em estabelecimentos com mais de 51 ocupados.
Houve um aumento significativo na qualificação da força de trabalho ao longo dos anos. A participação de trabalhadores com ensino superior passou de 10,3% em 2013 para 18,1% em 2023. Além disso, a porcentagem de trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto aumentou de 30,5% para 38,9%. Em contraste, a proporção de pessoas sem instrução ou com nível fundamental incompleto caiu de 39,9% para 27,3%, e daqueles com fundamental completo ou médio incompleto diminuiu de 19,3% para 15,7%.
A informalidade ainda é alta entre empregadores e trabalhadores por conta própria. Em 2023, 80,7% das 311 mil pessoas ocupadas nessas funções não trabalhavam em estabelecimentos registrados no CNPJ. Este índice, embora elevado, é ligeiramente menor que o registrado em 2013, quando era de 83,9%.
A sindicalização entre os trabalhadores rondonienses é baixa. Em 2023, apenas 4,1% dos trabalhadores eram sindicalizados, uma queda acentuada em comparação aos 15,4% registrados em 2013. Este é um dos menores índices do país, superior apenas aos estados do Amapá (3,1%) e Amazonas (4%). Em nível nacional, a taxa de sindicalização caiu de 13,4% em 2013 para 7,2% em 2023.
Os dados do IBGE mostram um panorama detalhado do mercado de trabalho em Rondônia, destacando a concentração de empregos em três setores principais, a alta informalidade e uma significativa melhoria na qualificação da força de trabalho. No entanto, a baixa sindicalização indica um enfraquecimento das associações de trabalhadores, refletindo uma tendência nacional de declínio na filiação sindical.