Um artigo publicado na revista cientifica estadunidense, Plos One, assinado por pesquisadores do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, revelou que a região onde atualmente está localizada a cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, apresentado indícios de agricultura há mais de nove mil anos atrás.
Dentro da Amazônia, os registros encontrados em Porto Velho apenas não são mais antigos do que os indícios encontrados na região dos Andes, onde vivam o povo Maia.
Segundo o artigo, castanha, mandioca, feijão, abóbora e goiaba, estão entre os alimentos cultivados nesse período em solo portovelhense, por comunidades indígenas, que também possuíam habilidade de manejarem o solo para a ação da agricultura, sendo encontrado indícios de terra preta, fruto do processo do processo de adubamento.
“Para mim, os habitantes dessa área eram pescadores sedentários vivendo às margens de um dos lugares mais piscosos da Amazônia, usando seus quintais para fazer experimentos com cultivo e manejo de plantas”, disse o pesquisador Eduardo Neves.
Também assinou o artigo a pesquisadora britânica, Jennifer Watling, que coletou os dados na antiga Vila de Santo Antônio, local onde atualmente funciona a hidrelétrica que possui o mesmo nome. A região sempre foi povoada por pescadores e comunidades ribeirinhas que formam os moradores tradicionais da cidade.
Para chegar até a concretização da descoberta, os cientistas realizaram um “pente fino” no solo, promovendo uma espécie de peneira, onde foi encontrado resquícios das plantas cultivadas. Com essa afirmação cientifica, a região pode se tornar polo de pesquisa de outros estudiosos na área.