Uma denúncia grave envolvendo a alimentação servida no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II voltou a escancarar a situação precária enfrentada pela maior unidade de emergência de Rondônia. Nesta segunda-feira (2), uma enfermeira da própria unidade encaminhou à imprensa uma imagem chocante que mostra larvas, conhecidas como tapurus, no feijão servido aos pacientes e servidores.
A imagem, enviada com exclusividade ao site JH Notícias, viralizou nas redes sociais e gerou revolta entre profissionais da saúde e familiares de pacientes internados.
“É desumano. Como um hospital que atende pessoas fragilizadas pode permitir que uma comida assim seja servida? Isso não é só falta de higiene, é negligência com a vida”, desabafou a enfermeira que fez a denúncia, pedindo anonimato por medo de represálias.
Além da denúncia sobre a alimentação contaminada, a profissional também relatou o cenário caótico de superlotação enfrentado diariamente no João Paulo II. Segundo ela, é comum encontrar pacientes internados nos corredores, sem leitos, sem macas e muitas vezes sem a mínima dignidade.
“Estamos fazendo o possível com o que temos, mas a estrutura está no limite. Faltam insumos, falta pessoal, e agora até a comida é motivo de preocupação. Isso aqui virou um campo de batalha”, relatou a servidora.
A direção do hospital ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido, mas a expectativa é que uma apuração interna seja aberta para investigar a origem do alimento contaminado e se houve falha na manipulação ou no fornecimento terceirizado da alimentação.
Enquanto isso, a população cobra providências do Governo do Estado e da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), que há anos são alvo de críticas pela situação crônica de abandono do hospital João Paulo II — considerado uma das unidades mais importantes da capital, mas também uma das mais sucateadas.