Um estudo realizado por quatro pesquisadoras da Universidade Federal de Rondônia (Unir) trouxe um dado preocupante em relação a saúde da população de rua em Porto Velho Rondônia. O tema do estudo foi publicado na revista enfermagem Contemporânea: População em situação de rua: perfil dos casos de coinfecção tuberculose e HIV.
Entre os anos de 2015 e 2018, data relativa à pesquisa, o levantamento atestou que 100% dos moradores que viviam em situação de rua nesta época, comprovadamente com tuberculose, simultaneamente a enfermidade, também tinham Aids. Vale lembrar, a Aids é a forma evoluída do vírus HIV, quando o indivíduo já adoeceu após a manifestação do vírus no corpo.
O estudo coordenado pela professora Nathalia Ralax Órfão, com participação de mais três pesquisadoras virou artigo publicado na edição da revista cientifica enfermagem Contemporânea.
No levantamento, as professoras mostram a preocupação do diagnostico também da Aids nesse público ao constatar a infecção por tuberculose.
“É relevante frisar que a taxa de incidência encontrada neste estudo reflete a vulnerabilidade à qual este grupo populacional está exposto, cujo risco de adoecimento por TB chega a ser 56 vezes maior quando comparado à população em geral, e entre as pessoas vivendo com HIV, 28 vezes maior”, disse um trecho do artigo.
O acesso rápido a saúde, pelas pessoas em situação de rua foi outro apontamento das pesquisadoras. Além disso, recai contra as instituições públicas, a pouca precisão dos dados que respondam com eficácia na rotina de saúde dos moradores de rua da capital.
“Embora a incidência dos casos de coinfecção TB/ HIV entre as PSR do município de Porto Velho não represente a real magnitude de ambos os agravos nessa população (1,2 casos/100 habitantes), estudos apontam incidências que variam de 6,21 casos de TB/HIV/100 habitantes10, e até 122 casos somente de TB/100 mil PSR11”, abrevia o estudo.
Na época, essa reportagem questionou a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) que respondeu, “tal dificuldade estaria, principalmente por identificar que muitos dos moradores de rua não pertenciam a capital, mas vinham de outros pontos do estado e não ficavam por muito tempo, algo que acabara dificultando um acompanhamento mais elaborado eficaz dessas pessoas”.
Com informações do artigo original publicado na revista.