Ficha suja
Promulgado pelo Congresso em 2010, o projeto que instituiu a Lei da Ficha Limpa foi considerado uma vitória para a sociedade brasileira, uma mobilização que contou com milhares de assinaturas clamando que políticos condenados por crimes relacionados à improbidade e corrupção fossem sumariamente retirados do processo eleitoral, promovendo assim uma espécie de “saneamento” entre os nomes homologados nos pleitos futuros.
O problema
Acontece, que com o avanço das ações judiciárias contra diversos nomes fortes, a lei começou a apresentar brechas e muitas vezes contou até com o desagravo da própria população, que não admitia que caciques fossem obliterados e ainda ficassem à mercê da justiça comum. Esse cenário é bastante perceptível no estado de Rondônia, onde os principais nomes que disputarão a eleição são ou já foram considerado Ficha-Sujas.
Melki Donadon
O primeiro cacique à dar as caras nessa eleição é o ex-prefeito de Vilhena, Melki Donadon, o político recentemente se filiou ao PDT e já anunciou pré-candidatura à deputado federal. Atualmente Melki não está com problemas para homologar sua candidatura, mesmo respondendo por diversos processos e tendo sido condenado em segunda instância pelo crime de falsidade ideológica, ele é considerado uma das maiores lideranças do cone Sul do estado e nome certo no Congresso em 2018.
Acir Gurgacz
Senador da República, condenado pela Justiça por ter se apropriado de dinheiro público através de financiamento em banco estatal e um dos empresários que mais responde processos por infrações à legislação trabalhista, Acir Gurgacz (PDT) mira o governo de Rondônia. Ao seu favor conta com o apoio do vice-governador, Daniel Pereira e seu PSB, além de uma base política estruturada nos municípios centrais do estado.
Ivo Cassol
Outro senador rondoniense, Ivo Cassol (PP) foi condenado à pena alternativa por crime envolvendo dinheiro publico no período em que ainda era prefeito da cidade de Rolim de Moura, ex-governador de Rondônia, Cassol é dado por muitos como governador eleito caso não encontre nenhum entrave legal em decorrência de sua condenação.
Expedito Júnior
Ex-senador, Expedito Júnior (PSDB) foi condenado por crime eleitoral e acabou perdendo seu mandato e direitos políticos, atualmente responde por denuncia de crime eleitoral supostamente cometido no último pleito, mas não é considerado um ficha-suja, já que assim como Donadon, cumpriu a pena ao qual foi considerado culpado pela Justiça.
Valdir Raupp
Outro Senador rondoniense envolvido em denuncia de corrupção, Valdir Raupp (PMDB) é réu em processo que o aponta por suposto recebimento de propina, de acordo com a força tarefa que compõe a operação Lava Jato, Raupp teria ganho mais de R$ 500 mil de empreiteiras à título de propina para legislar a favor dos interesses de grupos empresariais dentro do Congresso.
Confúcio Moura
Atual governador do estado de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB) é apontado em investigação da Polícia Federal por ter liderado um conglomerado de empresários e servidores públicos que se articularam para desviar dinheiro público e direcionar licitação. Em pleno exercício do mandato, Confúcio teve a Polícia Federal na porta de casa e teve amigos e parentes presos pelos agentes federais.
O eleitor
Ou seja, esse pleito irá mostrar efetivamente o que o rondoniense pensa não apenas sobre a lei do Ficha Suja, mas também sobre o que acham da reeleição de candidatos apontados em esquemas de corrupção e que respondem à processos na justiça por mal uso do dinheiro público.
Amazônia
Previsto para ser votado no Plenário nesta quarta-feira (21), o projeto que permite o cultivo de cana-de-açúcar em áreas degradadas da Amazônia Legal teve sua votação adiada. O texto chegou a ser colocado em votação, mas não houve quórum para deliberar, devido à obstrução de partidos como PT, PSB e Rede.
A coluna
João Paulo Prudêncio é jornalista e editor de política do jornal JH Notícias. Informações e sugestões de pauta através dos telefones (69) 99230-0591 ou (68) 99217-1709 ou no e-mail joaoprudencio65@gmail.com
Fonte: JH Notícias