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Polícia conclui que mãe de bebê achada dentro de sacola em matagal teve aborto por uso de drogas

A Polícia Civil de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, divulgou nesta sexta-feira (15), que indiciou por aborto uma mulher de 36 anos, mãe de uma recém-nascida encontrada morta em uma matagal no Setor Mutirão, em junho de 2018. Segundo a Polícia, a criança nasceu morta devido ao uso excessivo de drogas da mãe.

Durante as investigações, a mulher disse a polícia que fez o próprio parto, dormiu ao lado da filha e quando acordou, percebeu que a criança estava morta.

Mas os laudos do tanatoscópico do Instituto Médico Legal (IML) do município revelaram que o bebê nasceu morto. Inicialmente a Polícia Civil descartava a ideia da mãe ter agido com dolo em assassinar a criança após o parto, mas que aguardava o resultado de outros exames para precisar o que havia ocorrido de fato.

De acordo com o delegado responsável pelo departamento de homicídios, Rodrigo Camargo, o feto teve morte intrauterina, tratando-se, portanto de natimorto e as investigações se dirigiram para esclarecer quais as causas que levaram à interrupção da gestação e a morte do feto.

“Sabíamos que a gestante era usuária de drogas e por isso requisitamos a realização de exame toxicológico nas vísceras do feto. O resultado deste exame aponta claramente para a presença de cocaína no fígado e rim do natimorto”, revelou o delegado.

Barraco onde a mãe morava e teve o parto da criança, em junho de 2018.  — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Barraco onde a mãe morava e teve o parto da criança, em junho de 2018. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Os resultados deste novo exame fizeram com que a Polícia concluísse que a mãe havia provocado o aborto em si mesmo, em razão do consumo de drogas.

“Não há dúvida que ao fazer uso reiterado de droga durante a gestação, somado ao fato da omissão em realizar os exames pré-natal, ou mesmo em ter procurado auxílio médico quando sentia dores no período gestacional, a gestante assumiu o risco de produzir a morte intrauterina do feto”, declarou Camargo.

Após concluída as investigações, o inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO) para analisar o conteúdo e oferecer a denúncia ao Poder Judiciário.

A mulher pode ser condenada com pena de detenção de um a três anos.

Relembre o caso

Uma menina recém-nascida foi encontrada morta no dia 4 de junho de 2018, dentro de uma sacola plástica jogada em um matagal, próximo ao barraco que a mãe morava, no Setor Mutirão.

Recém-nascida foi encontrada dentro de sacola em meio a um matagal.  — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Recém-nascida foi encontrada dentro de sacola em meio a um matagal. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Segundo a Polícia Militar (PM), o fato foi descoberto após um ex-companheiro da mulher, que também é usuário de drogas, ter relatado aos militares que havia passado o dia 3 de junho com gestante. Mas ao reencontrá-la no dia seguinte, ela afirmou que tinha retirado o feto e dispensado em um matagal.

Os policiais foram até o barraco onde ela vivia e a questionaram sobre o que havia acontecido. Ela contou à PM que tinha feito o parto durante a madrugada, deixou o bebê próximo dela e adormeceu, mas quando acordou, percebeu que a criança estava morta.

Depois, ela disse que enrolou a recém-nascida em uma toalha, colocou dentro de uma sacola e a jogou em um matagal próximo do barraco e levou os policiais até o local onde jogou a própria filha, onde encontraram o corpo.

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