Uma entrevista recente do prefeito reeleito de Cacoal, Adailton Fúria, viralizou nas redes sociais e ganhou destaque na televisão rondoniense. O vídeo, exibido no programa Papo de Redação da SICTV/Rondônia, surpreendeu o público por trazer uma declaração rara na política atual: Fúria afirmou, sem rodeios, ser um “fã de carteirinha” do ex-governador Ivo Cassol, a quem diz admirar profundamente e ter como principal inspiração política.
A declaração, vista por muitos como um gesto de lealdade e, ao mesmo tempo, de estratégia, vem num momento em que o cenário para as eleições de 2026 começa a ser desenhado nos bastidores. Fúria, que já havia sinalizado interesse em disputar o Governo de Rondônia, deixou claro que só será candidato caso Cassol não possa entrar na disputa.
“Se o Cassol puder ser candidato, eu estarei do lado dele, fazendo campanha. Se ele não puder, estou à disposição para representar esse legado”, disse o prefeito na entrevista.
A movimentação foi vista como uma jogada política habilidosa. Ao mesmo tempo em que reforça sua proximidade com uma das figuras mais populares da política rondoniense, Fúria se posiciona como o herdeiro natural do grupo “cassolista”, caso o ex-governador permaneça inelegível, mesmo após já ter cumprido todas as penalidades impostas pela Justiça.
Articulação política
Os bastidores indicam que essa aliança vem sendo costurada com o apoio do ex-senador Expedito Júnior, nome experiente e influente que também prepara seu retorno à cena política como candidato à Câmara Federal em 2026. A movimentação reforça a tentativa de rearticulação de um bloco político forte, que já foi dominante em Rondônia.
Entre os eleitores mais fiéis a Ivo Cassol, a fala de Fúria repercutiu com entusiasmo. O jovem prefeito de Cacoal tem se destacado como uma das lideranças mais populares do interior do estado, com perfil midiático e um discurso alinhado às bases mais conservadoras e trabalhistas do eleitorado rondoniense.
Com as incertezas em torno da elegibilidade de Cassol, a entrevista de Fúria já começa a reorganizar o tabuleiro político estadual, antecipando possíveis cenários e alianças.