A modernização do Aeroporto Internacional de Porto Velho, com investimentos que prometem transformar o terminal em um dos mais modernos da região, tem gerado uma reflexão incômoda: de que adianta uma estrutura de ponta se as companhias aéreas continuam a tratar os rondonienses com descaso?
A indignação ecoa nas redes sociais e entre lideranças locais. A médica Flávia Lenzi, presidente do Sindicato Médico de Rondônia (Simero), protagonizou um protesto emocionado em vídeo, relatando o drama vivido por seu filho. Mesmo com passagem comprada antecipadamente, o jovem perdeu a chance de fazer um vestibular importante devido ao cancelamento repentino de um voo da Latam. “E se fosse uma emergência médica? Quantos negócios e vidas são afetados por esse descaso?”, questionou Flávia.
Cancelamentos e prejuízos
Casos como o da médica não são isolados. Recentemente, Flávia enfrentou outros episódios: um voo entre Belo Horizonte e Brasília foi cancelado sem aviso, forçando-a a arcar com despesas extras de hospedagem. Ao chegar em Brasília, teve outra surpresa desagradável quando descobriu que a reserva de hotel, paga antecipadamente, havia sido vendida a outra pessoa. “Isso é um desrespeito completo ao consumidor”, desabafou.
Reflexões sobre os investimentos
A situação levanta uma questão crítica: vale a pena investir milhões em infraestrutura aeroportuária quando a oferta de voos é insuficiente e marcada por frequentes cancelamentos? Durante um evento recente, um questionamento direto ao ministro dos Aeroportos deixou a dúvida no ar: “Não é muito investimento para tão poucos voos?”
Para muitos, a resposta passa por uma cobrança mais rígida às companhias aéreas, garantindo que a população de Rondônia tenha não apenas um aeroporto moderno, mas também um serviço digno e eficiente. Afinal, um terminal de primeira linha perde seu valor quando os passageiros continuam reféns do caos aéreo.