Rondônia se destaca negativamente no cenário nacional ao ocupar o segundo lugar em número de casos de febre do Oropouche em 2024, conforme apontam os dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses. Com 1.710 casos registrados até o início desta semana, o estado fica atrás apenas do Amazonas, que lidera com 3.228 casos. No total, o Brasil já contabiliza 7.653 casos da doença, com duas mortes confirmadas no interior da Bahia.
Cenário Nacional
A febre do Oropouche, uma arbovirose transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, tem se espalhado rapidamente pelo país. Das 27 unidades federativas do Brasil, apenas o Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul não registraram casos da doença em 2024. Estados como São Paulo (5 casos), Alagoas (6 casos), e Tocantins (8 casos) apresentam números mais baixos, enquanto o Amazonas, Rondônia, e Bahia lideram o ranking de infecções.
O Ministério da Saúde confirmou em julho as duas primeiras mortes relacionadas à febre do Oropouche, ambas no interior da Bahia. As vítimas eram mulheres com menos de 30 anos, sem comorbidades conhecidas, que apresentaram sintomas semelhantes aos da dengue grave. Esses óbitos são os primeiros do mundo registrados na literatura científica como decorrentes da febre do Oropouche, elevando o alerta sobre a gravidade da doença.
Além das mortes, o Ministério da Saúde também está investigando casos de transmissão vertical da doença, onde o vírus é passado da mãe para o bebê durante a gestação ou no parto. Até agora, há oito casos em análise, ocorridos em Pernambuco, Bahia e Acre, com alguns bebês nascendo com anomalias congênitas, como microcefalia, enquanto outros não resistiram e morreram.
Dada a gravidade da situação, as autoridades de saúde estão reforçando a importância das medidas preventivas para controlar a propagação do vírus. Como o Culicoides paraensis prefere áreas com materiais orgânicos, é essencial que a população mantenha seus quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico. Além disso, o uso de roupas compridas e sapatos fechados em áreas com alta presença de insetos é recomendado.
O avanço da febre do Oropouche em Rondônia e no Brasil exige uma resposta rápida e eficaz das autoridades de saúde, tanto na prevenção quanto no tratamento dos casos já existentes, para evitar que a situação se agrave ainda mais.