O Governo de Rondônia declarou, nesta segunda-feira (26), estado de emergência em razão da crescente quantidade de incêndios florestais que assolam o estado. A medida, publicada no Diário Oficial do Estado (Diof), tem validade de 180 dias e reflete a gravidade da situação, em um período marcado por seca extrema e recordes históricos de queimadas.
De acordo com o Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Rondônia registrou mais de 5,5 mil focos de incêndio entre 1º de janeiro e 26 de agosto deste ano, o maior número em seis anos. A única exceção foi em 2019, quando o estado contabilizou mais de 6,4 mil focos. Este cenário alarmante levou as autoridades a adotarem medidas de emergência para combater os incêndios e proteger as comunidades afetadas.
No decreto, o governo estadual destacou que “o panorama das queimadas em Rondônia tornou-se extremamente preocupante, com números que superam significativamente os registrados em anos anteriores”. A partir da publicação do decreto, os órgãos estaduais estão autorizados a atuar sob a coordenação do Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CEPCI), permitindo que cada município possa solicitar e gerir seus próprios recursos no enfrentamento das chamas.
A seca extrema que atinge Rondônia não só tem alimentado os incêndios, mas também está impactando severamente a vida dos ribeirinhos, que enfrentam dificuldades crescentes para encontrar água. Os meses de junho e julho deste ano foram os piores dos últimos 60 anos em termos de escassez hídrica.
Além do impacto ambiental e social, a qualidade do ar em diversas cidades do estado, especialmente em Porto Velho, tem se deteriorado drasticamente. A capital rondoniense liderou por semanas os piores índices de qualidade do ar do país, resultado direto das novas frentes de desmatamento, avanço das pastagens no sul do Amazonas e das queimadas na região.
Especialistas apontam que a combinação de desmatamento e incêndios florestais está diretamente relacionada à péssima qualidade do ar, agravando a situação de saúde pública em Rondônia. Com a declaração de emergência, espera-se que as ações coordenadas entre o governo estadual e os municípios possam mitigar os danos causados pelos incêndios e proteger as populações afetadas.