A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho chama a atenção para o Dia Mundial da Luta Contra a Malária, celebrado em 25 de abril. A data destaca os esforços contra a doença, que ainda é um desafio para a saúde pública, especialmente na região amazônica. No Brasil, 99% dos casos estão concentrados no Norte do país, incluindo o estado de Rondônia e o município de Porto Velho, que historicamente figura entre os mais atingidos.
Nos últimos anos, porém, o cenário tem mostrado avanços importantes, conquistados através da atuação da Semusa. Dados do Ministério da Saúde revelam que Porto Velho registrou uma redução de 30,07% nos casos de malária, com 7.274 notificações em 2023 contra 5.125 em 2024. Resultado da intensificação das ações de prevenção, combate, controle, diagnóstico e tratamento da doença.
SINTOMAS E TRATAMENTO
A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos por picadas do mosquito Anopheles. Os sintomas mais comuns incluem febre alta, calafrios, suor intenso, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dores musculares e mal-estar geral. Em casos mais graves, pode causar anemia severa e até levar à morte se não tratada a tempo.
O tratamento varia conforme o tipo de malária e a gravidade da infecção. Atualmente, o município conta com medicamentos de primeira linha, como a combinação de derivados da artemisinina.
“E desde julho de 2024, o município de Porto Velho passou a utilizar a tafenoquina no tratamento da malária vivax, que é o tipo mais comum no Brasil. Esse novo medicamento tem se mostrado mais eficaz e representa um avanço importante, pois substitui a combinação anteriormente usada de primaquina com cloroquina”, explica Rosilene Rufato, coordenadora do Programa Municipal de Combate à Malária.
O secretário municipal de Saúde, Jaime Gazola, relembra que “o Brasil tem como meta eliminar a malária no país até 2035, por isso o cenário atual não deve ser motivo de acomodação, mas de ações contínuas para alcançarmos os indicadores dentro do prazo estipulado pelo Ministério da Saúde”, ponderou o secretário.
ONDE BUSCAR ATENDIMENTO
Diante de qualquer sintoma suspeito, a recomendação é procurar atendimento médico imediato. Em Porto Velho, o tratamento está disponível gratuitamente em diversas unidades da rede municipal de saúde.
Na área urbana da capital, os serviços são ofertados no Pronto Atendimento Ana Adelaide, UPA Leste, UPA Sul, UPA José Adelino, Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem) e para as gestantes a Maternidade Municipal, além da unidade de saúde Ronaldo Aragão.
Já nos distritos, o atendimento é feito em 30 pontos de saúde, como as unidades de Nova Califórnia, União Bandeirante, Vista Alegre do Abunã, Calama, Nazaré, Abunã, Nova Mutum e outras.
Confira aqui todos os pontos de atendimentos.
Ações da Semusa
Para conscientização sobre a doença, a Semusa preparou uma série de atividades para marcar a data e reforçar o combate à doença. As ações, executadas pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Semusa), em parceria com a Atenção Básica, tem foco em educação, diagnóstico, prevenção e contam com o envolvimento da comunidade. As ações contemplam:
Palestras educativas sobre os sintomas, prevenção e tratamento da malária;
Oficinas de capacitação para agentes comunitários de saúde, com foco em vigilância, uso de mosquiteiros e aplicação de repelentes;
Distribuição de materiais informativos como cartazes e folders em unidades de saúde;
Campanhas de conscientização nas redes sociais e mídias tradicionais.
Oferta de testes rápidos e exame de gota espessa para diagnóstico precoce;
Instalação de mosquiteiros impregnados em residências de áreas de risco;
Visitas domiciliares com busca ativa de casos, eliminação de criadouros e orientação à população;
Parcerias com escolas, ONGs e lideranças comunitárias, ampliando o alcance das ações preventivas.
PREVENÇÃO
A prevenção ainda é a principal aliada na luta contra a doença, que continua sendo uma ameaça, especialmente em áreas ribeirinhas e rurais. Medidas simples, como o uso de mosquiteiros, roupas de manga comprida ao entardecer, aplicação de repelentes e eliminação de criadouros de mosquitos podem evitar novas infecções.
Além disso, o município segue comprometido com estratégias nacionais como o Programa de Prevenção, Controle e Eliminação da Malária, adotando ferramentas eficazes de diagnóstico, investindo na capacitação das equipes de saúde e mantendo a vigilância ativa em áreas vulneráveis.
“A nossa prioridade é proteger a população e isso exige vigilância permanente, trabalho técnico qualificado e o envolvimento de todos, incluindo o poder público, nós, profissionais de saúde e claro, a comunidade que também precisa fazer sua parte”, finaliza o secretário Jaime Gazola.