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Nutricionista movimentava quantias milionárias em esquema de agiotagem comandado por PM

Mulher levava vida de luxo em viagens internacionais
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A nutricionista Raiane Campêlo, moradora de Águas Claras, é apontada pela polícia como “operadora financeira” de um grupo de agiotas que movimentou quantias milionárias no Distrito Federal. O esquema, que era chefiado por um sargento da Polícia Militar, veio à tona nesta terça-feira (16), após operação da Polícia Civil que resultou na prisão de seis pessoas.

De acordo com a investigação, Raiane participava da organização criminosa liderada pelo sargento Ronie Peter Fernandes da Silva. O militar, que foi detido, é suspeito de gerenciar um negócio ilegal que movimentou R$ 8 milhões nos últimos seis meses, emprestando dinheiro e extorquindo vítimas na capital federal (veja mais abaixo).

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Raiane foi uma das pessoas presas nesta terça-feira. Tanto ela, quanto Ronie ostentam vida de luxo nas redes sociais, com fotos de viagens nacionais e internacionais. O jornal tenta contato com a defesa da nutricionista.

Nutricionista Raiane Câmpelo é presa suspeita de integrar esquema de agiotagem, no DF — Foto: Instagram/Reprodução

De acordo com a Polícia Civil, a investigação identificou que Raiane fazia saques de R$ 500 mil a R$ 900 mil “na boca do caixa”. O dinheiro, levado para casa dela, era usado para empréstimos a “juros altíssimos”.

Além disso, segundo a polícia, Raiane é proprietária de uma loja de suplementos que “movimentava cifras muito superiores ao declarado”. Para a investigação, o empreendimento era usado para lavar dinheiro dos juros cobrados pelo militar.

Nutricionista Raiane Câmpelo foi presa suspeita de participar de esquema de agiotagem, no DF — Foto: Instagram/Reprodução

Vida de luxo
Nas redes sociais, Raiane se identifica como nutricionista. Nas publicações, ela mostra alto padrão de vida, com viagens nacionais e internacionais, além de visita a restaurantes.

Entre os destinos visitados pela mulher, estão praias paradisíacas, como Cancún, no México, e viagens a regiões da Europa, como Malta. Além disso, há destinos no Brasil, como Campos do Jordão.

Raiane Câmpelo foi presa suspeita de participar de esquema de agiotagem, no DF — Foto: Instagram/Reprodução

Apesar da ligação com o esquema, a nutricionista não tem vínculo com Ronie nas redes sociais. O militar também costumava ostentar a vida de luxo nas publicações online.

Passeios de lancha, viagens nacionais e internacionais estão no roteiro do sargento, que, segundo o portal da transparência do DF, tem salário líquido de R$ 8 mil. Na última semana, o sargento Ronie Peter publicou fotos das Ilhas Maldivas, um dos destinos mais luxuosos do mundo.

Raiane Câmpelo é uma das suspeitas de integrar grupo de agiotas, no DF — Foto: Instagram/Reprodução

O militar também divulgou imagens de passeios em moto aquática e de um avião. Restaurantes, praias e embarcações compõem o mural de fotos dele. Durante a operação, os policiais apreenderam quatro veículos que seriam do sargento, avaliados em R$ 3 milhões.

Agiotagem e esquema familiar

Sargento da PM do DF Ronei Peter foi preso por agiotagem — Foto: Instagram/Reprodução

A Operação S.O.S Malibu foi deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (16) pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) da Polícia Civil do DF. Ao todo, foram 15 mandados judiciais expedidos e cumpridos em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo (SP).

A polícia acredita que as sete pessoas investigadas emprestavam dinheiro a terceiros com juros superiores aos permitidos por lei, e cobravam os valores mediante “grave ameaça”. Seis suspeitos foram presos e um está foragido em São Paulo (SP).

Policial Militar Ronie Peter foi preso por agiotagem, no DF — Foto: Instagram/Reprodução

Além das prisões e da apreensão dos quatro veículos, a Justiça determinou o bloqueio de sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas. A Polícia Civil afirma que o esquema de agiotagem contava com integrantes da família de Ronie, o militar.

O pai e o irmão do sargento estão entre os detidos. Eles seriam responsáveis por emprestar os valores e cobrar dos endividados. “Em algumas situações, eles tomavam veículos e exigiam transferência de imóveis das vítimas”, diz a polícia.

Ainda de acordo com as investigações, o pai de Ronie é dono de uma distribuidora de bebidas que funcionava de fachada para os crimes de agiotagem.

“Existe a suspeita de que essa distribuidora era usada para lavagem de dinheiro. A movimentação da empresa está acima da capacidade dela”, disse ao g1 o delegado Fernando Cocito.
Os outros cinco investigados eram “operadores financeiros”, que faziam transações e saques em contas de empresas de fachada, para “dar uma aparência lícita aos valores oriundos da agiotagem”. Desses, três eram responsáveis pela ocultação do dinheiro e, conforme a polícia, cediam os nomes para registro dos veículos de luxo, cujo dono era o sargento.

Máquina de contar cédulas e dinheiro apreendidos durante operação, no DF — Foto: PCDF/Divulgação

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