O juiz de direito Carlos Roberto Rosa Burck, da 1ª Vara Criminal de Ouro Preto do Oeste (RO), presidiu nesta terça-feira (11) o Tribunal do Júri de julgamento do pistoleiro e do casal, apontados no inquérito da Polícia Judiciária e na denúncia oferecida pelo Ministério Público, de serem autor e mandantes do assassinato da pecuarista Ana de Almeida, de 74 anos, em crime ocorrido na tarde do dia 25 de maio de 2020, em sua propriedade rural na Linha 80 (estrada do Clube Tocari).
O autor do crime Yan Ricardo Zabala Monteiro foi condenado a 27 anos e sete meses de reclusão e José Gonçalves de Morais, 63 anos, ex-marido de Renata Costa Santiago, 33, que é neta do falecido marido de Ana Almeida, e que teria encomendado o crime, também foi condenado a 27 anos e sete meses. Já Renata Costa, foi condenada a 25 anos e três meses de reclusão.
Yan Zabala, que é boliviano, já cumpria 38 anos e oito meses de prisão e só conseguiria o semiaberto em 2032 por vários crimes, entre os quais pelo assassinato praticado em Ouro Preto do Oeste em que a vítima Maria de Jesus Mendes, de 42 anos, foi executada na madrugada de 18 de julho do mesmo ano, no Jardim Aeroporto II, depois da morte de Ana Almeida.
Maria foi executada no cruzamento da Rua São Luiz com a Rua Celso Carminatti, via de área chacareira próximo à Escola Infantil Paulo Freire. Maria de Jesus Mendes levou um único tiro na altura do queixo, a bala saiu pela nuca. Yan recebeu condenações por homicídios, tráfico, roubo e associação criminosa, e suas penas juntas, somam mais de 66 anos.
PARTILHA DE HERANÇA SERIA UMA DAS MOTIVAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE ANA ALMEIDA
Ana de Almeida, então viúva do produtor rural José Costa (in memorian) foi executada a sangue frio com quatro tiros no rosto. A Polícia Civil chegou ao pistoleiro Yan Ricardo Zabala Monteiro contratado, segundo a investigação, por Renata Costa Santiago, uma das netas herdeira apenas do falecido marido da vítima.
A equipe de investigação, conduzida pelo delegado Niki Locatelli, desvendou que Renata Costa teria encomendado a morte da viúva de seu avô, em conluio com seu marido José Gonçalves de Morais, 62. O casal teria contratado Yan Zabala, oferecendo-lhe como recompensa a casa deles na cidade de Ouro Preto, para que ele matasse dona Ana.
À época da prisão de Renata Costa e de José Gonçalves, ela confessou em detalhes de como encomendou a morte da viúva de seu avô, e admitiu que nutria um ódio mortal pela viúva de seu avô.
Já seu ex-companheiro, confessou em parte e tentou incriminar somente Renata, mas não convenceu a polícia que conseguiu elementos para incriminá-lo, por ele ter aceitado a situação, inclusive, de entregar a casa para o pistoleiro como pagamento pelo assassinato da idosa Ana de Almeida.
Renata Costa é filha de uma das nove filhas de Zé Costa. Em depoimento prestado na delegacia civil após ser presa, alegou ter ordenado a morte da viúva de seu avô porque ela para os herdeiros de José Costa desde quando ela se juntou a ele.
A outra justificativa diz respeito ao fato de a idosa estar atrasando o processo do inventário de partilha dos bens que o falecido deixou que incluíam propriedades rurais e gado na Linha 80.
No decorrer das investigações, a Polícia Civil apurou que Yan possuía um elo muito próximo com Renata e seu ex-amasio em razão do tráfico de drogas. Como Yan andava sempre armado, Renata viu nele a pessoa certa para executar a viúva de seu avô e tomou a decisão juntamente com seu ex-companheiro.
A pecuarista assassinada era responsável pelo processo de inventário do finado pecuarista José Costa, que deixou vários lotes de terra na Linha 80 e gado para ao menos uma dúzia de filhos de outros relacionamento, herdeiros.