Com a saída de Lúcio Mosquini do comando do MDB em Rondônia, o senador Confúcio Moura assumiu oficialmente a presidência regional do partido e já enfrenta um cenário desafiador: a legenda, que um dia foi uma das mais influentes do estado, vive hoje uma fase de enfraquecimento e perda de lideranças históricas.
Crise interna e perda de lideranças
Apesar do histórico de protagonismo, o MDB enfrenta atualmente uma fase de esvaziamento. A legenda, que já foi majoritária no estado, hoje está prestes a perder seus dois deputados federais. Mosquini avalia migrar para outra sigla, enquanto Thiago Flores, também da bancada federal, deve se filiar ao Republicanos — partido que, inclusive, deve formar uma federação com o MDB, mas que está cada vez mais distante da linha ideológica da esquerda defendida nacionalmente pela sigla.
A debandada não para por aí. Figuras tradicionais do partido, como Valdir e Marinha Raupp, além do ex-senador Amir Lando, também estariam deixando o MDB. A legenda também acaba de sofrer mais um golpe: a juíza Euma Tourinho, que obteve mais de 25 mil votos na disputa pela Prefeitura de Porto Velho em 2024, protocolou sua desfiliação nesta terça-feira (20). Euma é considerada um dos nomes mais promissores do estado para as eleições de 2026, o que representa uma perda significativa para o partido.
Desafio no parlamento estadual
No plano estadual, o MDB conta atualmente com apenas três parlamentares entre os 24 da Assembleia Legislativa: Ismael Crispin, Jean Oliveira (líder do governo Marcos Rocha) e Dr. Luis do Hospital. Confúcio já declarou publicamente que seu objetivo é fortalecer a legenda com diálogo, experiência e credibilidade, buscando ampliar a base de apoio nos municípios e preparar o MDB para ser competitivo nas eleições de 2026.
Recomeço com obstáculos
A missão de Confúcio não será fácil. Ele herda um partido fragmentado, com disputas internas históricas — como a famosa convenção que dividiu a sigla entre ele e Valdir Raupp, quando ambos disputaram a vaga ao Senado, em um embate que terminou até em agressões físicas. Agora, o senador tenta unificar o partido e atrair novos nomes, mirando um MDB forte, com identidade e protagonismo no cenário político de Rondônia.
Apesar das baixas recentes, Confúcio aposta em sua experiência e no capital político acumulado ao longo de décadas de vida pública para liderar mais esse desafio.