Uma mulher de 24 anos de idade, grávida, foi surrada pelo marido e teve seu braço fraturado, durante a noite desta última segunda-feira (7), no bairro Escola de Polícia, em Porto Velho.
Segundo registros policiais, devido a sua condição gestacional, a mulher precisava de seu marido em casa e por esse motivo passou a realizar diversas ligações para ele, que alterado, foi para casa e partiu em cima de sua esposa. Na luta, a esposa ainda chegou a reagir com chutes e arranhões, mas devido à sua compleição física acabou sendo dominada e brutalizada.
A polícia chegou ao local e ainda conseguiu prender o marido acusado de espancamento, a vítima foi para o atendimento médico queixando-se de dores na barriga e com a suspeita de estar com o braço quebrado. O acusado foi encaminhado até a Central de Flagrantes onde foram tomadas as providências devidas.
Em Porto Velho crimes dessa natureza estão se tornando rotineiros, em todas as áreas da cidade já foram registrados ocorrências de violência contra a mulher, uma situação potencializada pelo discurso machista de muitas pessoas interessadas em manter as mulheres na condição de um papel subalterno dentro das relações sociais.
Essa situação se estende até o ambiente político, onde as mulheres precisam de comprometimento dobrado para conseguir desempenhar suas atividades, em casas de leis predominadas pelos homens, a tentativa de opressão por parte de ações grosseiras, brutas e ameaçadoras, é bastante utilizada em debates políticos quando a oponente é do sexo feminino, um reflexo de décadas em que mulheres sequer tinham o direito ao voto ou acesso à ensino superior.
Nesta última segunda-feira (7), um exemplo foi dado pelos vereadores Edwilson Negreiros, que durante uma audiência promovida pela vereadora Ada Dantas (PMN). De forma bruta, sem a menor cordialidade ou demonstração de respeito pela colega de legislatura, o vereador protestou contra um projeto de Ada que permitiria a licença de atividade de trabalho para mais de 90 novos mototaxistas na capital.
Gritando e agindo de forma violenta, o vereador chegou a envolver o nome do marido da vereadora, o deputado Jesuíno Boabaid (PMN), em um debate que não tinha qualquer ligação com ele, apenas no intento de acuar a vereadora, colocando-a na condição de esposa de um deputado, desmerecendo a forte liderança que Ada exerce em seu grupo eleitoral. Ao perceber que Ada não refugaria à sua brutalidade, Edwilson levantou-se e foi embora.
Após o fato a vereadora desabafou nas redes sociais “Descobri o motivo hoje de poucas mulheres na politica. Fui humilhada, coagida e obrigada a abandonar a audiência pública de minha autoria depois de ter sido constrangida por outro vereador. A falta de respeito com as mulheres não tem barreiras, não tem empecilhos. Simplesmente somos vulneráveis”, disse Ada Dantas.
Presidente da Comissão de Direitos das Mulheres, Ada Dantas é uma das principais representantes da luta pelo respeito às mulheres em Rondônia. A vereadora teve de encerrar a audiência e deu 15 dias para a SEMTRAM se manifestar sobre o tema.
Em relação à atitude de seu colega de legislatura, a vereadora acionou as autoridades competentes através de um registro de ocorrência policial e o caso será apurado para averiguar se houve uma tentativa de constrangimento por parte do vereador à Ada Dantas.
