Com a cheia do rio Madeira se mostrando uma realidade e os problemas como isolamento de comunidades ribeirinhas e de todo o estado do Acre começando a preocupar as autoridades, os deputados estaduais rondonienses retornarão às atividades parlamentares com a missão de analisarem e votarem o projeto que autorizará o consórcio Santo Antônio Energia a elevar a cota do seu reservatório localizado dentro da cidade de Porto Velho, capital de Rondônia.
Ansiosos por lucrarem mais e mais, os representantes da usina de Santo Antônio querem a todo o custo elevar 80 centímetros da capacidade do reservatório, o suficiente para destruir uma imensa área de floresta e colocar em risco comunidades locais. A aprovação do projeto conta com o apoio do governador Confúcio Moura (PMDB).
De acordo com o Ministério Público Federal – MPF, a licença não pode ser autorizada devido ao fato da usina não ter cumprido os acordos firmados com a primeira elevação da cota e também não terem apresentado um projeto minimamente considerável sobre os reais impactos dessa nova elevação.
Segundo informações divulgadas pela força tarefa da operação Lava Jato, o consórcio Santo Antônio pagou propina á um grande numero de autoridades políticas e sindicais para degradarem o rio Madeira e floresta adjacente da forma com bem entendessem. No ano passado, eles conseguiram uma autorização do IBAMA para elevar o lago, porém a decisão foi considerada ilegal pelos órgãos de justiça.
Entre os deputados, os únicos que até o momento se manifestaram publicamente contra o projeto foram os que possuem residência eleitoral na capital, já os deputados do interior, menos comprometidos com a defesa do patrimônio natural de Porto Velho, estão sendo seduzidos pelo consórcio à passarem a proposta na casa de leis.
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Uma das principais promessas é de que o aumento do lago seria para garantir o fornecimento de energia para o estado de Rondônia e Acre, acometidos à severos apagões desde o ano de 2015, porém esse argumento ficou apenas na palavra e até o momento nenhum compromisso formal existe garantindo que esse energia ficará por aqui.
O grande problema é que com um nova enchente mais problemas irão surgir deixando as usinas do Madeira mais uma vez no centro da discussão sobre qual a parcela de culpa desses empreendimentos nos danos causados por essas cheias até então incomuns dentro da cidade de Porto Velho.
Em ano de eleição, os deputados estarão mais atentos para o que irão votar, aprovar o aumento da cota em um período de cheia poderá ser o suicídio eleitoral de alguns parlamentares, na capital muitos acreditam que seja o caso de um plebiscito para decidir, já que essa elevação afetará a cidade como um todo.
Fonte: JH Notícias