Vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, o Conselho Indigenista Missionário – CIMI, emitiu uma moção de repúdio exigindo que o Governo Brasileiro tome uma iniciativa para a desintrusão e demarcação dos territórios indígenas do estado de Rondônia, durante a sua 25º Assembleia Geral ocorrida nesta última semana no estado de Goiás.
O arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, é um dos membros do CIMI.
De acordo com o CIMI, o cenário dos últimos quatro anos fez Rondônia ficar entre os estados com o maior número de desmatamento e queimadas, sendo que grande parte dessas agressões ambientais está ocorrendo em áreas de proteção ambiental e territórios indígenas.
“Todas as terras indígenas demarcadas são acometidas por alguma forma de agressão – como invasões possessórias com derrubadas e queimadas, de madeireiros, garimpeiros caçadores e pescadores ilegais”, afirmou a entidade.
Ainda segundo o conselho, existem invasões seguidas em Rondônia dentro de áreas onde ainda existem índios que vivem isolados, isso, além do avanço do agronegócio nas terras demarcadas.
Durante a Assembleia Geral, um indígena da região de Seringueiras chegou a afirmar que políticos rondonienses mentem ao alegar que os índios pleiteiam grandes áreas de terra perante a sua pequena população.
“Nós não queremos o município de Seringueiras inteiro como os políticos e fazendeiros falam por aí. Nós estamos lutando e queremos uma pequena parte da terra, que sempre foi nossa. Não queremos nada de ninguém”, disse o indígena que não quis revelar a sua identidade.