Um cachorro da raça chow-chow, chamado Jacke, foi submetido à eutanásia após atacar e ferir gravemente sua tutora em Ji-Paraná, interior de Rondônia. O caso, que gerou grande comoção nas redes sociais, aconteceu no dia 5 de abril, quando Natani Santos, de 35 anos, foi surpreendida por uma mordida no rosto que arrancou parte de seu lábio superior.
A decisão pela eutanásia foi tomada pela Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal, após o cão apresentar sinais de agressividade extrema, recusa alimentar e comportamento violento durante o período de observação no centro municipal. Em nota, a secretaria informou que foram descartadas doenças como a raiva, mas que a condição do animal representava um risco iminente à integridade da equipe, de terceiros e de outros animais.
Ataque inesperado e dor emocional
Segundo a vítima, que atua como técnica de enfermagem, o ataque foi rápido e inesperado. “Ele rosnou, eu me afastei e ele mordeu. Em seguida se encolheu, como se tivesse entendido que fez algo errado”, relata Natani. A mordida causou ferimentos sérios e a levou imediatamente ao hospital.
Agora, a moradora de Ji-Paraná se prepara para uma cirurgia de reconstrução labial, que será realizada em Santa Catarina, através de um projeto solidário coordenado pelo cirurgião Raulino Brasil, especializado em cirurgias bucomaxilofaciais para vítimas de traumas faciais. O procedimento promete ser um passo fundamental para sua recuperação física e emocional.
Eutanásia gerou polêmica e retaliações online
O marido de Natani, Tiago, levou o animal ao centro de bem-estar por temer novos ataques, principalmente aos filhos do casal. Ele afirma que não sabia inicialmente que o cachorro seria submetido à eutanásia. “Quando voltei lá, me disseram que ele não comia há dias, não se levantava e havia tentado atacar outras pessoas”, declarou.
Com a repercussão do caso, a família tem sofrido retaliações nas redes sociais, com mensagens ofensivas direcionadas a Natani, mesmo sendo ela a maior vítima da situação. “Ela está sendo massacrada na internet e agora tem medo de sair na rua”, desabafou Tiago.
Natani também compartilha o peso emocional da perda: “Não tenho mais estrutura psicológica para tê-lo perto de mim. Isso mexe muito comigo”. Apesar do trauma, ela faz questão de enviar uma mensagem importante: “Não quero que se desfaçam de seus animais por causa do que aconteceu comigo. Só digo para procurarem um adestrador”.