FEITO DE BESTA? – Rondônia fica mais uma vez para trás ao empresas aéreas anunciarem aviões turboélices antigos enquanto outros estados recebem jatos novos e modernos

A Azul, por exemplo, comprou 20 novas aeronaves em 2024, investindo na renovação de sua frota. No entanto, Rondônia, apesar de contar com um aeroporto moderno, não está recebendo os benefícios dessa nova fase da aviação nacional.

Rondônia: A paradoxo do transporte aéreo e a realidade dos aviões antigos e caros

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Enquanto o Brasil vivencia um crescente aumento de modernização e investimentos em diversas áreas, uma questão tem chamado atenção em Rondônia: a discrepância entre os avanços dos aeroportos e a realidade do transporte aéreo no estado. Enquanto outras regiões do país ganham novos aviões e ampliam suas ofertas de voos, Rondônia permanece à margem, enfrentando um cenário onde a promessa de modernização se esbarra em aviões antigos e tarifas altíssimas.

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Empresas como Gol e Azul recebem benefícios, mas Rondônia fica de fora

Em um recente movimento do governo federal, duas das maiores empresas aéreas do país, Gol e Azul, tiveram suas dívidas reduzidas de forma significativa – um perdão de 5 bilhões e 800 milhões de reais. Em troca, as empresas devem ampliar seus serviços, aumentar o número de voos e atender mais localidades. A Azul, por exemplo, comprou 20 novas aeronaves em 2024, investindo na renovação de sua frota. No entanto, Rondônia, apesar de contar com um aeroporto moderno, não está recebendo os benefícios dessa nova fase da aviação nacional.

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A triste realidade dos voos em Rondônia: aviões antigos e pouca comodidade

Para quem precisa viajar de Rondônia para outras capitais como Manaus ou Cuiabá, a opção de voo parece mais um retrocesso. Em vez de jatos modernos e rápidos, os passageiros são obrigados a voar em aviões ATR, antigos turboélices com mais de 40 anos de história. Esses aviões não oferecem o conforto dos jatos modernos, com espaços apertados e sistemas de ar condicionado precários. Além disso, a velocidade de voo de um ATR é muito inferior à dos jatos, com uma média de 500 km/h contra mais de 1.000 km/h dos modernos Boeings.

Tempo de voo duplicado e preços nas alturas

O atraso é notável: um voo de Rondônia para Manaus, por exemplo, que em um Boeing 737 demoraria cerca de 1 hora e 15 minutos, leva cerca de 2 horas e meia em um ATR. Isso representa um aumento significativo no tempo de deslocamento, uma dificuldade extra para quem precisa viajar a negócios ou a lazer.

O que agrava ainda mais essa situação é o preço. As tarifas dos voos não diminuíram. Pelo contrário, um bilhete de ida e volta de Rondônia para Manaus, mesmo em um turboélice como o ATR, custa em média 1.586 reais. E, se a compra for feita de última hora, o valor pode saltar para 2.248 reais – o mesmo que custaria um voo em um Boeing 737, mesmo que este seja um modelo mais antigo.

A opinião dos especialistas

Para Pollyana Blauth, especialista da agência M&M Viagens, a situação é frustrante para os moradores e viajantes de Rondônia. “É incompreensível que, mesmo com aviões mais antigos, o preço das passagens seja o mesmo de jatos modernos. A falta de alternativas no mercado torna a viagem mais cara e menos confortável, o que é um enorme retrocesso para a mobilidade aérea do estado”, afirma.

Conclusão: O que o futuro reserva?

Em um cenário em que o Brasil busca uma aviação mais moderna e eficiente, Rondônia ainda fica com os aviões dos anos 80. Apesar da promessa de ampliação de serviços, o estado não parece ser uma prioridade para as empresas aéreas, que ainda apostam em aeronaves antiquadas e tarifas altas.

Rondônia, com seu aeroporto moderno, merece mais do que ser atendido por aviões antigos e voos caros. A expectativa é de que, no futuro, o estado seja incluído nos planos de renovação das frotas e ampliação de serviços que já beneficiam outras regiões. Afinal, os moradores de Rondônia também merecem voos rápidos, confortáveis e com preços justos.