Após a Polícia Civil de Minas Gerais concluir inquérito que investigava o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça, em novembro de 2021, e apontar que os pilotos seriam indiciados por homicídio culposo, caso tivessem sobrevivido. A família da cantora, por meio da assessoria jurídica, se pronunciou sobre a decisão na noite desta quarta-feira (4/10).
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Segundo a assessoria jurídica da família de Marília Mendonça, com a decisão da Polícia Civil ficou clara a tentativa do estado de retirar sua responsabilidade sob o acidente, jogando toda a culpa nos tripulantes da aeronave, que estão entre as vítimas, deixando de fora os fatos de que os cabos de energia em que a aeronave colidiu não tinham sinalizações e a localização do aeródromo nas coordenadas que foram disponibilizadas aos pilotos pelo órgão responsável estavam erradas.
“Percebe-se que há um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente. O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de terem sido apresentados argumentos “rasos” da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”, disse o advogado da família de Marília, Dr. Robson Cunha.
Ainda na nota, o advogado da família afirma que o inquérito estava com ausência de provas técnicas.
“Além disso, fica claro pelo excesso prazo que teve o inquérito policial e pela ausência de provas técnicas, que este apenas aguardava a conclusão do laudo do CENIPA para entregar o relatório final. Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça”, disse Dr. Robson Cunha.
“Assim que o Inquérito Policial for entregue ao poder judiciário, vamos tomar ciência e acompanhar junto ao Ministério Público a extensão dos trabalhos necessários para uma elucidação completa do caso, respondendo perguntas, como: Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales? Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada? A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?”, finalizou o representante jurídico da família de Marília Mendonça.
Leia a nota na íntegra
A assessoria jurídica da família da artista Marília Mendonça, através do seu advogado Dr. Robson Cunha, traz algumas ressalvas à conclusão do Inquérito Policial apresentado no dia de hoje.
Ainda ontem, havia sido solicitado ao Delegado que presidiu o Inquérito Policial, Dr. Ivan Sales, cópia integral dos autos, mas fora negado, alegando que no dia de hoje seria encaminhado ao poder judiciário. Portanto, ainda não temos ciência dos termos da conclusão.
Entretanto, acompanhando a coletiva de imprensa na qual foram apresentados pontos do Inquérito Policial pelo Dr. Ivan, percebe-se que há um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente.
O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos “rasos” da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso.
Além disso, fica claro pelo excesso prazo que teve o inquérito policial e pela ausência de provas técnicas, que este apenas aguardava a conclusão do laudo do CENIPA para entregar o relatório final.
Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça.
Assim que o Inquérito Policial for entregue ao poder judiciário, vamos tomar ciência e acompanhar junto ao Ministério Público a extensão dos trabalhos necessários para uma elucidação completa do caso, respondendo perguntas, como:
-Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales?
— Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada?
-A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?
Atenciosamente,
Robson Cunha